São Paulo, 5/4 – O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 1,1% (2 pontos) em março ante fevereiro e atingiu a média de 172,8 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 0,7%. O aumento foi puxado pelos preços do milho, trigo e lácteos, enquanto açúcar e a maioria dos óleos vegetais tiveram queda. O levantamento acompanha os preços internacionais para cinco grupos de alimentos.

O indicador do grupo dos cereais ficou em 165,6 pontos, aumento de 2,7% ante fevereiro (4,3 pontos) e de 12,1% quando comparado a março de 2017. O índice tem subido nos últimos meses, refletindo preços mais firmes de quase todos os principais componentes do grupo.

Nas últimas semanas, preocupações com o clima nos Estados Unidos e frio em partes da Europa, elevaram as cotações do trigo. O milho também subiu, sustentado pela deterioração das perspectivas de safra, principalmente na Argentina. As compras asiáticas mantiveram os preços do arroz firmes.

No segmento de lácteos, o indicador registrou 197,4 pontos em março, aumento de 3,3% (6,2 pontos) ante fevereiro e leve alta ante março de 2017. A alta foi puxada pelas cotações da manteiga, leite em pó integral e queijos. A produção menor do que a esperada de leite na Nova Zelândia e a forte demanda global por importações sustentaram as cotações.

O índice de óleos vegetais apresentou queda de 0,8%, a 156,8 pontos, ante 158 pontos no mês anterior. Quedas de preços dos derivados de soja e girassol foram compensadas pela alta do óleo de palma. Apesar das expectativas de ganhos sazonais de produção, os preços do óleo de palma firmaram-se em março por causa da robusta demanda internacional.

O indicador do açúcar teve redução de 3,4% (6,5 pontos) em março ante fevereiro, para 186 pontos, o que representa uma queda de 27,5% ante o mesmo período do ano passado. Os preços continuam em queda por causa da grande oferta global. O enfraquecimento do real no Brasil e incentivos à exportação da Índia estimulam as exportações.

Em carnes, o índice ficou em 169,8 pontos, estável na variação mensal e cerca de 3% maior que o desempenho do mesmo período do ano passado. As cotações da proteína ovina aumentaram, a suína subiu marginalmente e a de frango permaneceu estável. Já a bovina caiu, segundo a FAO. A forte demanda de importação, especialmente pela China, fortaleceu os preços da carne ovina. A escassez de oferta na Europa sustentou um pequeno aumento nos preços da suína, enquanto a demanda moderada e as expectativas de que os suprimentos da Nova Zelândia aumentassem nos próximos meses pressionaram a bovina.