O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 167 pontos em março de 2019, recuo de 0,5 ponto (0,30%) em relação a fevereiro. Em relação a igual mês de 2018, o Índice registrou queda de 3,6%. Conforme comunicado da FAO, divulgado nesta quinta-feira, 4, um aumento acentuado nos preços dos lácteos e os preços de carne mais firmes foram compensados pelo recuo nos subíndices de preços dos cereais, óleos e açúcar.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 164,8 pontos em março, um recuo de 3,7 pontos (2,2%) em relação ao mês anterior e praticamente estável ante igual mês do ano passado.

“Entre os principais cereais, os preços do trigo caíram mais acentuadamente, impulsionados por grande oferta para exportação e por uma demanda fraca, em particular para o trigo de origem dos Estados Unidos, e perspectivas geralmente favoráveis para a safra deste ano”, disse a FAO.

Segundo a entidade, o índice de preços do milho também registrou recuo, pressionado pelas amplas disponibilidades de exportação e expectativa de uma safra robusta na Argentina.

Em compensação, os preços internacionais do arroz, ficaram levemente mais firmes em março, uma vez que a fraca demanda limitou os aumentos nos mercados do tipo Indica e japonês.

De acordo com o levantamento mensal da FAO, o Índice de Preços do Óleo Vegetal registrou média de 127,6 pontos em março, declínio de 5,9 pontos (4,4%) em comparação com fevereiro, “refletindo principalmente a desvalorização dos óleos de palma, soja e canola”, salienta a organização. Segundo a FAO, os preços internacionais do óleo de palma contraíram em março, após três aumentos consecutivos, sustentados por preocupações renovadas sobre a demanda moderada de importação e acúmulo de estoques nos principais países produtores.

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“Ao mesmo tempo, as cotações do óleo de soja recuaram com o impulso da moagem nos Estados Unidos. Em virtude das margens rentáveis da commodity, enquanto os preços do óleo de canola caíram no menor nível de 11 meses, vinculados ao elevado estoque de canola no Canadá e perspectivas promissoras de colheita na região do Mar Negro”, informou a FAO.

Já o Índice de Preços da Carne da FAO apresentou média de 162,5 pontos em março, levemente acima (0,6 ponto ou 0,4%) do registrado em fevereiro, dando sequência na tendência de modesta volatilidade de preços observada nos últimos meses. “As cotações das carnes suína, bovina e de frango receberam apoio para alta decorrente do incremento na demanda de importação, especialmente da China, apesar das maiores disponibilidades de exportação dos principais fornecedores”, apontou o relatório. No entanto, os preços da carne ovina recuaram pelo terceiro mês consecutivo, pressionados pela elevada disponibilidade de exportação da Oceania.

No levantamento mensal da FAO, os preços de laticínios tiveram média de 204,3 pontos em março, alta de 11,9 pontos (6,2%) em comparação com fevereiro, registrando um terceiro aumento consecutivo. No mês, os preços internacionais da manteiga, do leite em pó integral e do queijo subiram, sustentados pelo aumento da demanda por importações em antecipação a um aperto nas disponibilidades de exportação da Oceania, decorrente de um declínio sazonal em sua produção de leite.

“Em contrapartida, os preços do leite em pó desnatado caíram ligeiramente em relação aos altos valores registrados em fevereiro, refletindo uma desaceleração na demanda por entregas atuais”, disse a FAO.

A FAO calcula, ainda, que o subíndice de preço do açúcar ficou em média em 180,4 pontos em março, queda de 3,8 pontos (2,1%) em relação ao mês anterior. O declínio mensal refletiu, em grande parte, as preocupações com perspectivas de ampla produção em alguns dos principais países processadores.

“Espera-se agora que a Índia se torne o maior produtor mundial de açúcar, superando o Brasil, com as últimas estimativas de colheita apontando para um aumento de 8% na temporada 2018/19, em comparação com a safra anterior”, explica a organização.

A FAO destaca ainda que a contínua desvalorização do real ante o dólar gerou pressão adicional sobre os preços mundiais do adoçante.


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