O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, fez nesta quinta-feira, 20, uma apresentação do novo indicador da instituição, o Indicador de Custo de Crédito (ICC). Segundo ele, o ICC total de fevereiro foi de 23,1% ao ano.

Este porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas em fevereiro, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, é um indicador que reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro, nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

Por isso, o ICC difere-se das taxas médias de juros nas diferentes modalidades informadas mensalmente pelo BC – já que, neste caso, os porcentuais são os cobrados na ponta, naquele mês em questão, em novas operações de crédito.

“O ICC refletirá, além da taxa de juros contratada, a intensidade do custo de crédito”, comentou Maciel, durante a apresentação. “O ICC reflete muito mais o que é o juro devido que a taxa na ponta”, acrescentou.

Em fevereiro, o ICC para pessoas físicas atingiu 29,4% ao ano e, para empresas, marcou 16,9% ao ano. O ICC será incorporado à Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, divulgada todos os meses. Na divulgação da próxima semana, o documento já trará a atualização do indicador, com dados referentes a março.

Serão divulgados dados do ICC ligados a pessoas físicas e jurídicas e a operações de crédito livre e direcionado, além do indicador total. “Mas o ICC tem maior relevância para avaliação do crédito livre”, ponderou o chefe do Departamento Econômico, lembrando que o crédito direcionado apresenta taxas de juros menores e prazos mais longos de operações, o que reduz as variações do ICC.

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Maciel explicou ainda que a série histórica do ICC, construída pelo BC, começa em janeiro de 2013. Esta série também estará disponível no site da instituição, para consulta.

De acordo com Maciel, o ICC é um indicador complementar, que servirá para monitorar o custo de crédito. Além disso, servirá de subsídio para estudos posteriores do BC da composição do spread (a diferença entre o custo de captação dos bancos e o que é efetivamente cobrado dos consumidores).

Em comunicado mais cedo, o BC ressaltou que as atuais estatísticas de taxas de juros divulgadas pela autoridade monetária têm foco nas taxas dos empréstimos contratados no mês em curso. “Para uma visão mais completa do custo do crédito, é necessária a combinação de informações atuais com a informação fornecida pelo ICC”, afirma o BC.

O ICC, segundo o BC, representa de forma mais fidedigna os desembolsos previstos pelos contratos vigentes. “Ele é calculado a partir da relação entre o volume de juros no serviço da dívida e o saldo da carteira de crédito.”

O BC destacou que o novo indicador será ferramenta importante para apoiar o desenvolvimento das ações do “Crédito Mais Barato”, pilar da Agenda BC+.


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