Índia quer fechar acordo comercial ‘justo e equilibrado’ com EUA

A Índia afirmou, nesta quarta-feira (30), estar preparada para fechar um acordo comercial justo e equilibrado com os Estados Unidos, poucas horas depois de o presidente americano, Donald Trump, anunciar que os produtos indianos estarão sujeitos a uma tarifa de 25% a partir de 1º de agosto.

“A Índia e os Estados Unidos têm negociado durante alguns meses para fechar um acordo comercial bilateral justo, equilibrado e mutuamente benéfico. Continuamos comprometidos em alcançar este objetivo”, declarou o governo indiano em um comunicado.

Horas antes, ao anunciar a medida tarifária em sua plataforma Truth Social, Trump denunciou que os EUA têm “um déficit comercial gigantesco com a Índia”.

“Temos pouco intercâmbio comercial com eles porque suas tarifas aduaneiras estão entre as mais altas do mundo e as barreiras não tarifárias são as mais abomináveis”, afirmou.

O presidente americano disse ainda que a Índia terá uma “penalidade” adicional à tarifa de 25%, que não especificou, pela compra de petróleo e armas russas “em momentos em que o mundo quer que a Rússia pare de matar na Ucrânia”.

A taxa de 25% anunciada nesta quarta-feira é apenas um ponto percentual menor do que a prevista para a Índia em abril, que era de 26%.

O país mais populoso do planeta, com 1,4 bilhão de habitantes, foi uma das primeiras grandes potências econômicas a iniciar, há vários meses, amplas negociações comerciais com o governo americano, cujo primeiro segmento deveria ser finalizado em outubro.

Até o momento, as negociações não prosperaram porque a Índia resiste a abrir completamente o seu mercado para os produtos agrícolas americanos.

Em abril, Trump impôs tarifas adicionais a dezenas de países, adiadas por 90 dias até o início de julho, e novamente até 1º de agosto para dar tempo às negociações comerciais.

Até agora, apenas seis acordos foram anunciados: com a União Europeia (UE), Reino Unido e Japão, cujos produtos sofrerão taxas adicionais de 15%, e com Filipinas, Vietnã e Indonésia. Mas na maioria dos casos, documentos ainda não foram assinados.

O presidente garantiu que não anunciará outro adiamento nesta sexta-feira, e que as tarifas entrarão em vigor.

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