Desde que pôde voltar a trabalhar há mais de um mês, Munish Tiwari, um motorista de táxi indiano, já recebeu duas multas de 500 rúpias (US$ 6,5) por desrespeitar a obrigação de usar máscara.

“Não é confortável e não consigo respirar quando uso”, explica à AFP este motorista de Nova Délhi, que perdeu o ganho de um dia inteiro de trabalho pagando as multas.

“Tenho que usar quando tem passageiro, mas quando as portas fecham, e eles vão embora, costumo tirar. Sou presa fácil para a polícia”, comenta Tiwari.

A pandemia de COVID-19 se encontra em expansão na Índia, que conta até agora com 23.727 mortos de um total de 906.752 casos oficialmente declarados da doença.

Os especialistas consideram que o pico do novo coronavírus ainda não foi atingido no segundo país mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes.

Neste contexto de crise sanitária, o governo impõe o uso de máscara nos espaços públicos, nos transportes e no trabalho. Em geral, a medida é respeitada nas grandes cidades, mas muitos indianos usam este acessório de proteção individual de maneiras criativas e incorretas: pendurada na orelha, abaixo do nariz, em torno do queixo, entre outras.

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– “Negligência” –

Desde março, a polícia de Nova Délhi impôs mais de 42.000 multas pelo não uso de máscara, ou por desrespeito à distância social. As multas em toda Índia variam de 200 rúpias, em Bangalore (US$ 2,6), a 1.000 rúpias (US$ 13,1), em Mumbai.

O total de multas pelo descumprimento de medidas sanitárias chega a cerca de 117.000 euros (US$ 131.000) em apenas um mês em Bangalore (sul), anunciou o chefe da polícia local, Hemant Nimbalkar.

Em recente pronunciamento transmitido à nação pela televisão, o primeiro-ministro Narendra Modi criticou a “negligência” de parte da população frente ao vírus e pediu aos indianos que não baixem a guarda neste momento.

Na cidade de Firozabad, no norte do território, quem não usa máscara não paga multa, mas deve assistir a um curso de quatro horas de duração sobre distância física e escrever 500 vezes “tem que usar máscara”.

Em uma rua de Hyderabad, a AFP viu a professora Sunitha Michael com o elástico da máscara preso entre os dentes. É para poder falar no celular, explicou ela.

“Realmente, detesto usar a máscara, porque é algo muito pesado, mas tenho de respeitar as normas”, admite a professora.


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