Vivemos uma nova ordem no planeta.
Mulheres, unidas, ganham força enfrentando o assédio como pode ser visto na entrega do Globes Award e no inspirador discurso da Oprah.
Questões como diversidade, luta contra o racismo e homofobia mostram que estamos evoluindo.
É chegada a hora de encararmos mais um luta: o preconceito contra os incompetentes.
Sim.
Você sabe do que estou falando.
Quem não conhece ou tem algum parente que já sofreu por ser incompetente?
Até quando?
O Brasil tem a chance de liderar esse movimento.
Porque nossa História mostra que, apesar de ocorrências pontuais, sempre empoderamos nossos incompetentes.
Os exemplos são muitos.
Presidentes, ministros, senadores, ou mesmo nos escalões inferiores.
Um caso recente é o do delegado de Minas Gerais que foi designado para dirigir o Detran local com 120 pontos na carteira de motorista.
Em qualquer país este homem sofreria enorme preconceito.
Talvez até se tornaria um pária, afastado de seu cargo atual.
Jamais assumiria a função para a qual foi designado.
Aqui não.
No Brasil a incompetência é celebrada.
Sabemos que o respeito às leis não pode definir a honestidade de cada um.
E assim o sujeito segue lá.
Altivo, com a carteira suspensa, coordenando o trânsito mineiro.
Em Brasília, o governo federal decidiu dar um exemplo de como deve agir o Estado moderno e deu posse a uma ministra do Trabalho envolvida em causas trabalhistas.
A ministra teve lá uns processos, já deixou de assinar a carteira de alguns funcionários, fez um ou outro acordo na justiça, quem nunca, né?
Bastou sair a notícia para que os Incompetenciofóbicos saíssem de suas cavernas.
Mas o governo foi forte e lutou até o fim para que a tal senhora assumisse seu cargo.
Sabem o que isso prova?
Que o Brasil é um país democrático.
Qualquer um pode ter cargos de primeiro escalão, independente de cor, raça, credo ou situação judicial.
Em outros países, imagine, basta o nominho sujo na praça para sofrer terríveis consequências.
Mas o perigo está sempre rondando.
Temos que estar atentos porque o preconceito aos incompetentes, as vezes, se manifesta de outras formas.
Por exemplo, tem gente — acredite se quiser — que acha que um político deve ser inteligente e preparado.
Me escapa como ainda podem pensar isso em pleno Século XXI.
Será que os dois mandatos do presidente Lula não demonstraram a essa gente que o preparo de um indivíduo não tem nada a ver com o que ele pode fazer pelo país?
O mundo lá fora não é assim, não.
No Japão, para escapar do bulling, políticos flagrados em alguma safadeza chegam ao extremo de se suicidar.
É isso que o preconceito traz.
Traz sofrimento e saldo bancário vazio.
Mas aqui não.
Aqui temos um Jair Bolsonaro.
Em recente entrevista disse que não é necessário entender de Economia para ser presidente. Nem de Saúde. Nem de Educação.
Na verdade, Bolsonaro esfregou na cara da sociedade mundial o fato de que qualquer um pode chegar ao topo da pirâmide política no Brasil sem saber patavina sobre nada.
Bolsonaro é um Martin Luther King, um Nelson Mandela na luta contra a Incompetenciofobia.
Que prazer viver num país onde a gente sabe que não importa a falcatrua, nunca seremos tratados com desprezo.
Um país onde incompetentes podem andar livres pelas ruas.
Onde incompetentes podem educar seus filhos garantindo uma sociedade ainda mais igualitária, onde competentes e incompetentes vivam em harmonia.
E mais.
No improvável caso de ser preso, o brasileiro sabe que com menos de um terço da pena já estará na rua.
Um país que preza a liberdade é assim.
Aqui procê, mundo.