O setor dos jogos eletrônicos na China, que gera bilhões de dólares, não deve mais se beneficiar de “incentivos fiscais” – estimou nesta quinta-feira (5) um veículo da imprensa estatal, dois dias depois das críticas da imprensa oficial contra o “vício” nesta atividade.

Atividade particularmente lucrativa na China, os jogos eletrônicos são cada vez mais criticados pela dependência das telas entre os jovens e pelos problemas de visão que provocam.

Na terça-feira (3), o jornal Economic Information Daily afirmou que esta atividade se tornou “um ópio mental”. Essas críticas derrubaram as ações dos gigantes chineses do setor na Bolsa de Hong Kong.

Nesta quinta-feira, um jornal econômico de referência, o Securities Times, criticou esta atividade que gerou 130 bilhões de iuanes (US$ 20,2 bilhões) em receita no primeiro semestre.

“As empresas chinesas estavam atrasadas” e, como tal, beneficiaram-se dos “incentivos fiscais” para sustentarem seu crescimento, afirma o jornal, sem citar nenhum exemplo.

“Mas, depois de anos de desenvolvimento, algumas têm agora uma influência mundial”, acrescenta o Securities Times, sem nomeá-las.

“Em termos de impostos, o setor dos jogos eletrônicos deve, portanto, estar em pé de igualdade com outros setores”, defendeu o jornal.

Os investidores temem um endurecimento regulatório.

A gigante dos jogos eletrônicos Tencent, que já exigiu o reconhecimento facial para evitar que os menores joguem muito tempo on-line, voltou a endurecer suas restrições na quarta-feira. Hoje, suas ações acusaram uma queda de 3,9% na Bolsa de Hong Kong.

Seu concorrente NetEase perdeu 3,7%, e o site Bilibili, popular entre os fãs de desenho animado, mangás e jogos, caiu mais de 3%.