Os incêndios que afetam o Pantanal, maior área úmida do mundo, se agravaram e já superam amplamente o recorde histórico para o mês de novembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (17).

Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram 3.098 focos no bioma entre 1º e 16 de novembro, sete vezes a média histórica para o mês inteiro.

A região, que abriga uma grande diversidade de fauna e depende do ecoturismo, é cenário de graves incêndios há várias semanas, devido sobretudo à forte seca.

Segundo a ONG Instituto Centro de Vida, até 15 de novembro, aproximadamente 900 mil hectares já foram atingidos pelo fogo, o que corresponde a 6% do Pantanal, localizado no sul da Amazônia.

O pior registro para novembro completo era de 2022, quando foram identificados 2.328 focos. A maior parte da área queimada neste mês (52%) fica no estado do Mato Grosso.

No Parque Estadual Encontro das Águas, onde está a maior reserva de onças-pintadas do mundo, mais de 36 mil hectares pegaram fogo, um terço da área total.

Enormes colunas de fumaça subiam esta semana da floresta queimada. Animais jaziam mortos, em estado de decomposição, em áreas que costumam estar inundadas, constatou a AFP.

De acordo com especialistas, os incêndios recorrentes no Pantanal são causados principalmente pela ação humana, sobretudo com o uso de queimadas controladas para formar ou aumentar terrenos agrícolas.

Mas a situação neste fim de ano se agravou pela seca que assola diversas regiões do Brasil, incluindo a Amazônia.

Outra das maiores áreas afetadas corresponde ao Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, onde mais de um quarto de sua superfície foi vítima das chamas.

O Pantanal abrange uma superfície de mais de 170 mil km², nos territórios do Brasil, Bolívia e Paraguai. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), é lar de 656 espécies de aves, 159 de mamíferos, 98 de répteis, 53 de anfíbios e mais de 3.500 de plantas.

msi/app/ic/am