SÃO PAULO, 14 SET (ANSA) – O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicou um relatório nesta segunda-feira (14) em que aponta que os incêndios na área do Pantanal aumentaram 210% neste ano na comparação com o mesmo período de 2019.

Segundo os dados publicados pelo jornal “Correio Braziliense”, entre 1º de janeiro e 12 de setembro, o número de focos de calor chegou a 14.489 – contra 4.660 em 2019. De acordo com os dados do documento, mesmo a três meses do fim de 2020, esse já é o ano com o maior índice de queimadas para o bioma em apenas um ano.

O recorde anterior era de 2005, quando haviam sido registrados 12.536 incêndios, sendo que os números começaram a ser medidos em 1998. Além disso, esse é o segundo ano consecutivo de alta no número de queimadas na região: em 2019, o aumento foi de 493% na comparação com 2018.

Segundo dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), cerca de 15% do bioma pantaneiro foi completamente destruído com as queimadas e 2,2 milhões de hectares foram danificados pelo fogo.

O Inpe também informou que, considerando todas as florestas e biomas brasileiros, o aumento nos focos de calor na comparação com 2019 está em uma alta de 10%.

Um dos pontos mais afetados das queimadas, o Parque Nacional Encontro das Águas, teve 62% do total dos 108 mil hectares destruídos, segundo informou o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. O local é conhecido mundialmente por abrigar uma das maiores populações de onças pintadas no mundo.

Equipes de bombeiros, policiais e moradores tentam ajudar os animais machucados, muitos com lesões graves e visivelmente desidratados.

– Operação da PF: A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (14) uma operação para apurar possíveis crimes ambientais no atual cenário de queimadas no Pantanal.

Chamada de Matáá, a ação visou mandados de busca e apreensão em Corumbá e Campo Grande, ambas em Mato Grosso do Sul.

A operação ainda contou com aeronaves e embarcações no interior do Pantanal para chegar em alguns focos das queimadas. Caso haja condenação, os crimes preveem penas de até 15 anos de detenção.

(ANSA).