Pelo menos 19 pessoas morreram em um único setor de Viña del Mar, devido aos incêndios florestais que colocam em situação de emergência a região de Valparaíso e outras partes do centro e sul do Chile, informou a ministra do Interior, Carolina Tohá.

“São 19 pessoas falecidas (…) todos os corpos foram retirados”, disse a ministra, advertindo que esse balanço pode aumentar nas próximas horas.

Esse balanço “é muito provisório”, porque ainda não é possível ingressar nas outras áreas também arrasadas pelas chamas, afirmou Tohá, acrescentando que 15 das vítimas fatais já foram identificadas.

A ministra reportou, ainda, 92 incêndios ativos e 43.000 hectares queimados.

Dos incêndios ativos, 29 estão sendo combatidos por forças de emergência, e 40 estão controlados.

“A prioridade está nos incêndios na região de Valparaíso, devido à sua proximidade com áreas urbanas. Ali, basicamente, temos vários incêndios, mas dois são mais preocupantes”, disse a ministra, detalhando que um deles é no Complejo Las Tablas, com 6.800 hectares, e o outro, em Lo Moscoso, em Quilpué, com 1.150 hectares.

Todas essas áreas estão entre 80 e 120 km a noroeste de Santiago, com empresas vinícolas, agrícolas e madeireiras. Por sua proximidade com as praias do Pacífico, têm um grande fluxo de turistas nesta época do verão austral.

O relatório oficial indica que 14 embarcações e cinco helicópteros trabalham na região de Valparaíso para combater os incêndios.

Não são necessários mais embarcações, porque a área “não é muito grande. É muito densa, mas não muito extensa”, explicou Tohá, informando que, assim que se levantar o toque de recolher obrigatório ao meio-dia de sábado, “perímetros de exclusão” serão mantidos para que pessoas sem relação com os locais afetados não possam entrar e circular.

O diretor da Corporação Nacional Florestal (CONAF) de Valparaíso, Leonard Möder, relatou que o incêndio florestal na reserva Lago Peñuelas, o maior nesse momento, começou com quatro ou cinco focos intencionais e depois se espalhou para Viña del Mar.

Desde 2017, o Chile tem sofrido grandes incêndios florestais, muitos deles em áreas povoadas e na região de Valparaíso, onde uma seca prolongada, o aumento das temperaturas, a negligência humana, a construção sem planejamento e em locais não licenciados criaram uma plataforma perfeita para estes incidentes.

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