Cinco incêndios florestais simultâneos voltaram a cobrir, na terça-feira (24), a capital do Equador de fumaça e cinzas, deixando a cidade em “situação crítica” e que obrigaram 100 famílias a abandonarem suas casas de maneira preventiva.

“No momento, temos mais de 100 famílias que foram retiradas de suas casas por razões preventivas, já tivemos contaminação por incêndio em algumas casas”, disse o prefeito da capital do Equador, Pabel Muñoz, em uma entrevista coletiva, sem especificar a dimensão dos danos nas casas atingidas pelas chamas.

Ele acrescentou que dois bombeiros ficaram feridos. “O mais provável é que o incêndio não acabe hoje, que não consigamos liquidá-lo hoje”, lamentou Muñoz.

Mais cedo, o prefeito disse que a situação era “crítica”. Três helicópteros militares e dos bombeiros trabalhavam no combate às chamas.

O Ministério da Educação determinou que as aulas sejam ministradas de forma remota na quarta-feira (25) em toda a região metropolitana de Quito, devido à má qualidade do ar. Alguns funcionários públicos também vão trabalhar de casa.

No bairro residencial de Bellavista, vizinhos formavam correntes humanas para passar baldes com água. “Molhe a calçada, para que o fogo não aumente!”, gritavam, enquanto idosos recebiam ajuda de policiais e soldados para deixar suas casas.

O presidente Daniel Noboa mobilizou as Forças Armadas e anunciou em Nova York que cancelou seus compromissos na cidade para retornar a Quito.

“Vivemos a pior conjuntura climática em décadas, o que exige decisões urgentes em todos os níveis de governo”, publicou Noboa no X, alertando que os responsáveis serão processados por “terrorismo” caso a origem do fogo seja criminosa.

Moradores relataram a queda de cinzas em áreas do norte da cidade e no centro histórico, que faz parte do Patrimônio Cultural da Humanidade e abriga as sedes dos governos federal e municipal.

Há três semanas, quatro incêndios florestais cobriram de fumaça e cinzas vários setores da capital e seus arredores, sem afetar as operações no aeroporto.

O Equador enfrenta a pior seca em seis décadas, que resultou em incêndios florestais, afetou o fornecimento de água e a produção agrícola e levou ao racionamento de energia.

Devido ao fogo, o município de Quito anunciou o fechamento de uma via estratégica que liga o norte ao sul da capital. Os incêndios geraram caos no trânsito, agravado por apagões que afetaram os semáforos.

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