Vinte e seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em incêndios florestais que atingiam nesta quarta-feira o norte da Argélia, anunciou nesta quarta-feira o ministro argelino do Interior, Kamel Beldjoud, revivendo o espectro do verão de 2021, o mais letal na história moderna do país.

Entre os feridos, o balanço mais recente da Defesa Civil detalha 41 pessoas com dificuldades respiratórias e quatro com queimaduras de diversas gravidades, em Souk Ahras, fronteira com a Tunísia.

Estradas estavam bloqueadas e as chamas ardiam perto de algumas cidades do país, segundo a imprensa, enquanto autoridades mobilizavam helicópteros para tentar conter as chamas.

A imprensa local exibiu imagens de moradores fugindo de suas casas diante da chegada do fogo em Souk Ahras, de onde cerca de 350 habitantes foram removidos. “Existem 39 incêndios ativos em 14 wilayas (prefeituras)”, informou a Defesa Civil, destacando que a wilaya de El Tarf registra o maior número de incêndios (16), incluindo um bom número ainda ativo.

Segundo o canal de TV privado Ennahar, meia centena de pessoas tiveram que ser internadas em El Tarf, que tem cerca de 100 mil habitantes.

Os incêndios atuais reacendem o debate que agitou a opinião pública argelina no último verão, sobre a insuficiência de aviões no país para combater as chamas.

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– Anulação de contrato –

Segundo o site Mena Defense, após um confronto com a Espanha, autoridades da Argélia cancelaram um contrato com a empresa espanhola Plysa, subsidiária especializada da companhia aérea Air Nostrum, para o fornecimento de sete aviões anfíbios.

A Argélia suspendeu em junho o “tratado de amizade, boa vizinhança e cooperação” assinado em 2002 com a Espanha, depois que Madri mudou sua posição sobre o status do Saara Ocidental e passou a se alinhar à posição do Marrocos e apoiar o plano marroquino de autonomia dessa ex-colônia espanhola. Após a anulação do contrato, não foi previsto nenhum plano B para substituir os aviões espanhóis, segundo a imprensa.

Desde o começo de agosto, ocorreram 106 incêndios, que destruíram 800 hectares de floresta e 1.800 hectares de vegetação, informou o ministro do Interior, afirmando que “alguns incêndios são provocados”.

Com as 26 mortes desta quarta-feira, o balanço do verão de 2022 é de 30 mortos. Os incêndios florestais no país, o maior da África, pioram a cada ano, devido ao aquecimento global.

O verão de 2021 foi até agora o mais letal no país. Noventa pessoas morreram no ano passado nos incêndios florestais que devastaram o norte do país, onde desapareceram mais de 100.000 hectares de floresta.


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