Um incêndio destruiu nesta sexta-feira um hospital da Coreia do Sul e deixou pelo menos 37 mortos e dezenas de feridos, na pior catástrofe do tipo no país nos últimos 10 anos.
Quase 130 pessoas ficaram feridas. As chamas afetaram um edifício de seis andares, que abriga o hospital e um asilo na cidade meridional de Miryang.
As autoridades reconheceram que o hospital de Miryang, cidade de 115.000 habitantes do sudeste da Coreia do Sul, não dispunha de um dispositivo anti-incêndio automático.
Em vídeos publicados nas redes sociais é possível observar um paciente agarrado em uma corda lançada a partir de um helicóptero que sobrevoava o hospital. Outro paciente saiu por uma janela para alcançar uma escada.
“Duas enfermeiras disseram ter visto o fogo entrar na sala de emergência”, contou um funcionário dos bombeiros, Choi Man-Woo.
Todos os pacientes foram retirados do hospital de Miryang e de uma residência de idosos do mesmo edifício, acrescentou. A transferência das 15 pessoas internadas no CTI, no terceiro andar, demorou mais tempo porque os bombeiros precisaram agir sob supervisão médica.
“As vítimas procedem tanto do hospital como da residência de idosos. Algumas morreram a caminho do hospital”, indicou Choi Man-Woo.
Quase 200 pessoas estavam no prédio quando o incêndio começou, informou a polícia.
Vídeos e fotografias mostraram o hospital envolto por uma nuvem de fumaça e cercado por vários caminhões do Corpo de Bombeiros.
Depois que as chamas foram controladas, os bombeiros começaram a procurar possíveis vítimas entre os escombros do edifício.
O presidente sul-coreano Moon Jae-In organizou uma reunião de emergência com os conselheiros para determinas as medidas que devem ser adotadas.
No mês passado, 29 pessoas morreram em um incêndio em um ginásio da cidade de Jecheon (norte), uma catástrofe atribuída às poucas saídas de emergências, aos materiais inflamáveis utilizados no edifício e aos carros que estavam mal estacionados e que bloquearam o acesso dos veículos de emergência.
– Curto-circuito? –
Entre os sobreviventes do incêndio desta sexta-feira, Jang Yeong-Jae, um paciente do hospital, relatou que estava no segundo andar quando uma enfermeira gritou “fogo!”.
“Mas quando eu abri a porta, a escada estava cheia de fumaça negra e não conseguia ver nada”, indicou Jang Yeong-Jae ao jornal JoongAng Ilbo.
“As pessoas correiam aterrorizadas, caiam pelas escadas, gritavam enquanto a fumaça invadia os quartos”, acrescentou.
O diretor do hospital, Son Gyeong-Cheol, reconheceu que o centro não tinha extintores de incêndio automáticos.
As atuais normas de segurança não exigem, mas o hospital se preparava para instalar na próxima semana para antecipar-se a uma nova legislação que entrará em vigor em junho, acrescentou.
“Havia dois ar-condicionados reversíveis na sala de emergência e o incêndio começou nessa área. Suspeitamos que houve um curto-circuito”, declarou o diretor do hospital.
O incêndio hospitalar é o pior registrado na Coreia do Sul desde 2008. Naquele ano, o incêndio em um armazém causou a morte de 40 pessoas em Incheon.
A catástrofe mais mortal da história sul-coreana ocorreu em 2003. O incêndio criminosos de uma estação de metrô deixou 192 mortos e cerca de 150 feridos.