Um incêndio a bordo do porta-aviões russo “Almirante Kuznetsov”, o único do país, atracado há dois anos no cais de Murmansk (norte) para reparos, provocou um morto nesta quinta-feira (12), segundo autoridades.
“Um membro da Frota Norte morreu durante os trabalhos para apagar o incêndio”, informou a Frota em um comunicado enviado à AFP.
Pelo menos dez pessoas ficaram feridas e seis foram levadas para unidades de terapia intensiva, haviam informado mais cedo agências russas.
Mais de 400 pessoas trabalhavam na embarcação no momento do incêndio, informou um porta-voz dos estaleiros à agência TASS.
Segundo a Interfax, o fogo se espalhou por uma superfície de 600 metros quadrados e foi qualificado como “muito importante”.
Segundo a agência Ria Novosti, o incêndio foi registrado no compartimento de carga, onde operários faziam trabalhos de soldagem.
Há um ano, a queda de um guindaste sobre a ponte do porta-aviões deixou um morto.
O “Almirante Kuznetsov”, que opera desde 1995, está em reparo desde 2017 e deveria permanecer funcionando 2021. É o navio símbolo da Marinha russa.
O navio foi enviado para o Mediterrâneo em 2016 e no começo de 2017 para contribuir com as operações contra alvos rebeldes na Síria e ajudar o aliado de Moscou, o presidente sírio, Bashar al Assad, a reconquistar regiões das mãos dos insurgentes.
– Navio da vergonha –
O porta-aviões liderava uma esquadra na costa da Síria, que bombardeou 1.200 alvos durante sua missão.
Também operou ante a costa líbia em janeiro de 2017 e acolheu a bordo o líder militar líbio Khalifa Haftar, a quem a Rússia havia apoiado na guerra civil que sacode o país.
O então ministro britânico da Defesa, Michael Fallon, qualificou o “Almirante Kuznetsov” como um “navio da vergonha” por sua atuação no conflito sírio.
A embarcação sofreu vários contratempos durante sua missão, entre eles o acidente com um avião Sukhoi, que caiu no mar quando tentava pousar no porta-aviões.
Os reparos ou melhorias, avaliadas em 1 bilhão de dólares, se concentram nos sistemas eletrônicos.
A Marinha russa enfrenta problemas financeiros, além da antiguidade de alguns de seus navios e dos longos prazos para receber encomendas de novas embarcações.
Nos últimos seis anos, três incêndios foram reportados em locais onde eram feitos reparos em submarinos.
O “Almirante Kuznetsov” era considerado o primeiro de uma nova frota de porta-aviões russos, mas a Marinha russa enfrenta sérios problemas de financiamento desde o fim da União Soviética, em 1991.
A antiga URSS chegou a ter cinco porta-aviões no auge de seu poderio militar.