Brazil's Alison Cerutti (L) and Bruno Oscar Schmidt celebrate after winning a point during the men's beach volleyball qualifying match between Brazil and Austria at the Beach Volley Arena in Rio de Janeiro on August 8, 2016, for the Rio 2016 Olympic Games. / AFP / Yasuyoshi Chiba
AFP / Yasuyoshi Chiba

Se alguém um dia duvidar que um mágico e um mamute foram aplaudidos de pé na praia de Copacabana, tenha certeza de que não se trata de uma lenda. Na madrugada de sexta-feira 19, Alison Cerutti, o mamute, e Bruno Schmidt, o mágico, mostraram que a combinação entre eles é de ouro. Por 2 sets a 0 (21/19 e 21/17) sobre os italianos Paolo Nicolai e Danieli Lupo, a dupla brasileira conquistou o primeiro lugar na Olimpíada, 12 anos depois da vitória de Ricardo e Emanuel em Atenas. “Eu chorei lá em Londres por me tornar um medalhista olímpico”, disse Alison, medalha de prata ao lado de Emanuel, há quatro anos. “Hoje eu chorei por ser medalhista de novo, entrei para um grupo seleto, e o Bruno estreou com pé direito.”

A dupla brasileira campeã olímpica não teve moleza nesta Olimpíada. Fechou a primeira fase com duas vitórias e uma derrota e, nos confrontos eliminatórios, tiveram de encarar a dupla dos Estados Unidos Phil Dalhausser, campeão olímpico em 2008, e Nick Lucena pelas quartas-de-final. Para os especialistas, era a final antecipada. E, com uma grande atuação, os brasileiros venceram por 2 a 1 (21/14, 12/21 e 15/9) e despacharam os americanos da Rio 2016. O desafio seguinte no caminho do ouro eram os holandeses Alexander Brouwner e Robert Meeuwsen, um paredão de 2,07m, que quase bloqueou o sonho dourado de Alison e Bruno. Na partida mais disputada da competição, a suada vitória por 2 a 1 (21/17, 21/23 e 16/14). “Estou há duas semanas sem dormir. Cada dia foi uma luta e, às vezes, essa luta é cansativa demais”, disse Bruno. “Tenho que agradecer a uma pessoa: pai, obrigado, quase pensei em parar de jogar três vezes, e você não deixou. Sempre enfrentei muita dificuldade e essa Olimpíada foi exemplo disso. Perdemos um jogo na chave e eu realmente fiquei muito triste, não falei para ninguém, só me abri para minha família. Meu pai falou: ‘Você vai chegar lá, você vai ser campeão’. Ele nunca me deixando perder tempo ou desistir do meu sonho.” Foi um sonho dourado construído com as bolas mágicas de Bruno e a força do mamute Alison.