“Nossa equipe decepcionou milhões e vai embora da Copa Africana das Nações”, foi o título do jornal do governo Al Akhbar neste domingo, uma linha editorial seguida por outros veículos da imprensa egípcia, que aponta o mexicano Javier Aguirre e os jogadores após a eliminação de sábado nas oitavas de final.

As más noticias para o Egito aparecem em várias ocasiões nas manchetes dos meios de comunicação deste país, onde são rigorosamente controlados pelo poder autoritário do presidente, Abdel Fatah al Sisi.

“Vocês nos envergonharam”, acrescentou o Al Akhbar, que denuncia as decisões “absurdas” do já ex-técnico, o mexicano Javier Aguirre, e “a incompetência dos jogadores”, com uma foto de sua estrela, Mohamed Salah, quase chorando.

A derrota por 1 a 0 para a África do Sul no sábado no estádio do Cairo é “uma das grandes surpresas da CAN 2019”, já que os ‘Faraós’ entraram como favoritos no início da competição, diz outro jornal governamental, o Al Ahram.

Para essa publicação, “o futebol egípcio pagou o preço dos erros da comissão técnica, que começou convocando jogadores que não tinham nível internacional”.

“O técnico Javier Aguirre deve ser considerado como o primeiro responsável por esta humilhante eliminação”, aponta o Al Ahram. O mexicano reconheceu sua responsabilidade no final do jogo, antes de ser demitido pela Federação Egípcia de Futebol (EFA).

Seu presidente, Hani Abou Rida, também pediu demissão. Alvo de muitos torcedores, a federação, próxima às autoridades, foi relativamente poupada das críticas da imprensa.

Logo após o fracasso na Copa do Mundo da Rússia em 2018, onde o Egito perdeu na fase de grupos, o então técnico, o argentino Héctor Cúper, também sofreu uma enxurrada de críticas antes de ser despedido.

– Camarões de Seedorf também decepciona –

Outra seleção que decepcionou na Copa Africana das Nações foi a de Camarões, campeã da última edição do torneio, em 2017.

Os camaroneses, comandados pelo técnico e ex-jogador Clarence Seedorf foram eliminados também nas oitavas pela Nigéria, que venceu por 3 a 2, e agora tem dois anos para se reconstruir, já que em 2021, vai sediar a próxima CAN.

Mas o futuro de Seedorf, que assumiu o cargo há menos de um ano, parede incerto após o fracasso precoce. A imprensa camaronesa tem criticado o esquema do holandês, principalmente no ataque, onde ele já testou várias opções, sem obter sucesso.

“Talvez tenhamos que esperar alguns dias (para decidir). Meu futuro não é importante. O que é importante é o que construímos juntos. Nós progredimos em vários setores, dentro de campo e fora”, garantiu o ex-craque, que jogou em clubes como Ajax, Real Madrid, Milan e Botafogo.

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