Os opositores da pena de morte ficaram chocados nesta quinta-feira (20) com a ausência de jornalistas durante a execução, no dia anterior no Texas, de um afro-americano, contrariando práticas estabelecidas há décadas.

Quintin Jones, condenado à morte pelo assassinato de sua tia-avó, recebeu a injeção letal na Penitenciária de Huntsville sem que jornalistas fossem convidados a entrar no edifício.

As autoridades penitenciárias pediram desculpas por esse grave erro, que segundo eles foi devido a um “problema de comunicação” entre as autoridades.

“A convocação de testemunhas em representação dos meios de comunicação nunca foi feita”, declarou seu porta-voz, Jeremy Desel, à AFP, garantindo que uma investigação foi iniciada para determinar as razões do incidente.

“Isso é muito preocupante”, queixou-se no Twitter a irmã Helen Prejean, cuja luta contra a execução de presidiários foi popularizada no filme “Pena de Morte”.

“Todas as execuções devem ser interrompidas imediatamente no Texas (e de preferência permanentemente) enquanto se aguarda uma investigação independente”, acrescentou.

O Texas, estado americano com maior número de execuções desde 1982, nunca excluiu a imprensa, segundo o banco de dados do Centro de Informações sobre Pena de Morte (DPIC).

Em outros lugares, jornalistas também são selecionados para supervisionar todas as execuções.

“Eles são os olhos e os ouvidos do público e têm desempenhado esse papel essencial desde que as execuções passaram dos tribunais para as prisões”, disse Robert Dunham, diretor da DPIC, em um comunicado.