As autoridades brasileiras da área da saúde pública precisam dizer à sociedade quais as providências estão tomando em relação à infeliz chegada da droga fentanil ao País – é excelente como recurso anestésico, desde que administrada sob controle e supervisão médica. Tanto é assim que a sua utilização em hospitais é comum e ocorre há décadas.
O consumo de bebidas alcoólicas pela juventude brasileira está diminuindo, e essa é uma excelente notícia – sobretudo porque, quanto menos álcool ingerido, menor também a exposição de quem o consumiu a doenças sexualmente transmissíveis. Ou seja: duas áreas da saúde pública que se entrelaçam estão mais preservadas.

A queda no consumo, no entanto, não está ocorrendo porque os responsáveis pela saúde pública no Brasil partiram com tudo para resolver o assunto, com campanhas em veículos de comunicação em massa, multas à venda ilícita a menor de idade, proibição de funcionamento de bares nas proximidades de escolas e faculdades. Os adolescentes e os jovens estão consumindo menor quantidade de bebida alcoólica por iniciativa própria. Muitas vezes sozinhos, eles acertam na vida.

Era o que se esperava também com demais drogas: por exemplo, maconha e cocaína. Como não há trabalho efetivo de profilaxia (a atuação policial e repressiva deve existir, mas somente ela não soluciona nenhuma questão nesse campo), o consumo se mantém elevado e vai se elevando cada vez mais. É o que vem ocorrendo também com o opioide fentanil.

Segundo a literatura especializada, ele atua no organismo humano feito um tsunami químico: é cinquenta vezes mais forte que a heroína e cem vezes mais agressivo que a morfina.

Tem uma terrível agravante: a sua ingestão, sem prescrição e controle médico, simplesmente mata. E muito rapidamente. A dependência se instala tão rapidamente no cérebro, que é no mínimo descaso e infantilidade achar-se que ocorrerá em relação ao fentanil a mesma rejeição espontânea que houve por parte da juventude diante de bebidas alcoólicas.