Embora a atividade econômica tenha decepcionado em agosto, conforme os resultados apresentados pelos indicadores do Banco Central (IBC-BR) e da Fundação Getúlio Vargas (pelo Monitor do PIB), os dados da balança comercial brasileira mantêm a percepção de um cenário mais favorável no terceiro trimestre do ano tanto para a indústria quanto para os investimentos.

A importação de bens de capital aumentou 9,1% no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior. Ao mesmo tempo, a importação de bens intermediários para a indústria de transformação avançou 17,8%, segundo o Indicador Mensal da Balança Comercial apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. “Há sinais de recuperação, mas não são sinais de uma forte recuperação”, disse Lia Valls, coordenadora de Estudos do Comércio Exterior do Ibre/FGV.

O levantamento ainda não traz dados dessazonalizados. O indicador integra o conjunto de informações usadas para o cálculo do Monitor do PIB da FGV e entrará na grade de divulgações da FGV após um período de possíveis ajustes de metodologia. O resultado de setembro para a importação de bens intermediários foi ainda melhor do que o de agosto, quando a média móvel trimestral foi de 10,0%, primeiro resultado positivo após dois meses sucessivos de quedas.

Na direção oposta, o desempenho da importação de bens de capital esteve melhor em meses anteriores: a média móvel do volume importado tinha avançado 30,4% em agosto, após altas de 36,8% em julho e 31,9% em junho. “O País registrou importação recente de trens, vagões. Esses são itens que não se repetem de um mês para outro”, justificou Lia Valls.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o volume importado de bens de capital está 10,5% maior que no mesmo período do ano passado, enquanto o de bens de consumo intermediários reduziu o ritmo de queda para -7,7%.

“De qualquer maneira, você está importando mais em 2016, então reflete possivelmente alguma melhora no nível de atividade em relação a 2015, obviamente nada muito pronunciado, porque se for comparar com 2014, ainda está pior”, disse a coordenadora do Ibre/FGV.

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Outro bom sinal sobre a indústria vem do bom desempenho da venda de manufaturados no exterior. As exportações de não commodities cresceram 17,4% em setembro ante o mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, as exportações de não commodities estão 13,4% acima do mesmo período de 2015. Segundo Lia Valls, o escoamento da produção interna para o mercado externo foi impulsionado pelo cenário de recessão no País e pela desvalorização do real em relação ao dólar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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