TÓQUIO, 30 ABR (ANSA) – Após 30 anos, chegou ao fim nesta terça-feira (30) o reinado do imperador japonês, Akihito, que abdicou ao trono a favor de seu filho mais velho, o príncipe herdeiro Naruhito.   

Começa a partir de amanhã, então, uma nova era imperial no Japão, chamada de “Reiwa” (bela harmonia). A de Akihito tinha sido batizada de Heisei (“realização da paz”).   

Hoje com 85 anos de idade, Akihito comentava desde 2016 que deixaria o posto por motivos de saúde. Foi a primeira vez em 200 anos que um imperador japonês se afastou do cargo em vida. Como a Lei da Casa Imperial diz que o imperador deve reinar até a morte, a abdicação só foi possível graças a uma medida aprovada pelo governo japonês a pedido do próprio Akihito.   

Seu reinado ficou marcado por gestos de benevolência como seu pedido de desculpas pelas atitudes do Japão durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).   

A cerimônia oficial de abdicação ocorreu no Palácio Imperial de Tóquio. “Agradeço o povo japonês pelo apoio e espero que a nova era seja estável e cheia de notícias boas”, disse Akihito em seu último discurso. No Japão, o imperador não governa de fato, função exercida pelo primeiro-ministro, que atualmente é Shinzo Abe. Com isso, o monarca é apenas um representante simbólico do Estado, posição ordenada desde 1947, quando entrou em vigor a nova Constituição do país. O Japão, porém, tem uma das monarquias mais antigas do mundo, de mais de 2 mil anos, e os imperadores já atuaram ativamente no governo em diversas épocas.   

A cerimônia de sucessão do príncipe Naruhito ocorrerá amanhã (1). Ele assumirá o posto por ser o primeiro filho do sexo masculino na linha de sucessão, pois as leis impedem que uma mulher exerça a função.   

Akihito e sua esposa, Michiko, deixarão em breve o Palácio Imperial e passarão a morar em um edifício de Togu, em Tóquio, onde atualmente vive o príncipe Naruhito. (ANSA)