O jurista Miguel Reale Júnior voltou a defender o impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff com o argumento de que, na gestão de Dilma, o governo perdeu o equilíbrio fiscal e transformou a Lei de Responsabilidade Fiscal, de “luz” em “trevas”.

Brasília - Miguel Reale Junior, um dos autores do pedido de afastamento da presidenta Dilma Rousseff, na Comissão Especial do Impeachment no Senado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O advogado Miguel Reale Junior diz que o afastamento de Dilma Rousseff é fundamentado pelo conjunto dos fatosFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“É uma forma de conduta seguidamente praticada ao longo dos anos. Desconheceu-se qualquer prudência, qualquer cuidado com as finanças públicas”, diz Reale. “Existe a obscuridade, existe a mentira. Significou uma política fiscal eleitoreira, gastos, gastos e gastos que foram escondidos”.

Segundo o advogado, o afastamento de Dilma é fundamentado pelo conjunto dos fatos. “Não se está afastando uma presidente da República por fatos isolados”, disse. “Ela não merece mais governar o Brasil, porque levou o Brasil ao desastre em que ele se encontra […] E caímos nisto, desemprego, recessão. Ligado a isso estão os decretos. A presidente sabia que não podia cumprir a meta fiscal”.

Reale ocupou a tribuna do Senado logo após o encerramento da discussão do relatório do senador Antonio Anastasia favorável à pronúncia da presidenta Dilma Rousseff por crime de responsabilidade.

Ao todo, 47 senadores falaram, por cerca de 8 horas, com dois intervalos que somaram uma hora e meia. Com o fim do debate, o presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, estabeleceu novo intervalo de 30 minutos.

Em seguida será a vez do ex-ministro José Eduardo Cardozo, advogado de defesa de Dilma, falar por 30 minutos. Depois disso, os senadores começarão a votar o texto principal do relatório.