O devoto da cloroquina, Jair Bolsonaro, foi informado uma, duas, duzentas vezes, oficiosa e oficialmente, sobre o que se tratava a pandemia do novo coronavírus e suas consequências para a saúde pública do Brasil.

Igualmente, contou com dois ministros médicos – Mandetta e Teich – que lhe explicaram tudo, tintim por tintim, a respeito das melhores práticas sanitárias e os detalhes da ineficácia do tal “tratamento precoce”.

Ao longo de mais de um ano, portanto, o amigão do Queiroz não errou absolutamente tudo sobre Covid-19 por ignorância ou falta de informação. Ao contrário. Errou por que quis e, de forma proposital, fez o que quis.

Em março de 2020, desdenhou do vírus, chamou a doença de gripezinha e previu menos de mil mortes. Em abril, disse que a Covid estava indo embora. Em novembro, declarou que a segunda onda era conversinha fiada.

Ao longo do ano passado, e deste também, promoveu e incentivou aglomerações. Maldisse as vacinas e o uso de máscaras. Encorajou a população a enfrentar o vírus de peito aberto ou seriam maricas cheios de mimimi.

Fez tudo isso tendo pleno conhecimento de que pessoas poderiam morrer. Assim como, ao “receitar” publicamente – e mandar distribuir – remédios ineficazes, conspirou com o vírus e ajudou a ceifar vidas humanas.

Apesar de alertado e instruído, insistiu que era necessário proteger idosos e doentes crônicos e liberar todos os demais, a fim de permitir a livre circulação do vírus e propiciar a “imunidade de rebanho” do Osmar Terra.

Hoje, os dados mostram justamente o oposto. Não atingimos qualquer imunidade coletiva e, pior!, a disseminação da doença entre a faixa mais jovem aumentou exponencialmente, assim como os óbitos dentre ela.

Mas não só. Justamente por serem mais jovens, ocupam por mais tempo um leito de UTI. Ou seja, o efeito do contágio descontrolado dentre a população com menor idade foi duplamente perverso e ainda mais fatal.

Não custa repetir e assim o farei por anos, por décadas se necessário: o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais não errou por desconhecimento e ignorância. Ele agiu por vontade própria.

Errar é humano e perdoável. Mas o maníaco do tratamento precoce não errou. Nem apenas por omissão e ignorância. Tudo o que fez foi de propósito; de caso pensado; por escolha própria; ciente das consequências.

Ao maridão da “Micheque” já não basta o impeachment. Ele tem de ser investigado por todos os crimes que, em tese, cometeu. E uma vez constatados, deve ser indiciado, processado, julgado e condenado. Provas não faltam.