‘Imoral’: vice-presidente do Equador encontra gabinete fechado e culpa Noboa

A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, encontrou seu gabinete fechado nesta sexta-feira (7) e acusou o presidente, Daniel Noboa, de impedi-la de exercer suas funções, a dois dias das eleições presidenciais no país.

“Isto é imoral”, reclamou Verónica na sede da Vice-Presidência, no centro histórico da capital. Do lado de fora, pedestres gritavam: “Democracia sim, ditadura não!”, enquanto a vice-presidente aguardava, protegida por seguranças.

O novo capítulo da disputa entre Noboa e sua vice acontece às vésperas de eleições em que o presidente é candidato favorito, em um país mergulhado na violência do narcotráfico. O distanciamento entre os dois tornou-se evidente quando Verónica teve que sair relutante após ser nomeada embaixadora em Israel e, posteriormente, na Turquia.

Alegando descumprimento de deveres diplomáticos, o governo tentou suspender a vice-presidente, mas ela iniciou uma batalha judicial que lhe permitiu retomar suas funções.

Esta não foi a primeira vez que a vice-presidente tentou entrar em seu gabinete após o início da tensão com Noboa. Em dezembro, após tomar conhecimento da decisão que anulava a suspensão determinada pelo Ministério do Trabalho, a funcionária dirigiu-se à sede da Vice-Presidência, mas encontrou cercas e portas fechadas.

A decisão habilitou Verónica a substituir Noboa durante a campanha eleitoral, como determina a lei, mas o presidente seguiu no cargo. A oposição e especialistas consideraram inconstitucional a decisão de Noboa de fazer campanha enquanto permanecia no poder.

Verónica acusa o presidente de violência de gênero, e ele diz que foi um erro tê-la escolhido como dupla.

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