A Inspeção britânica de prisões publicou nesta terça-feira um relatório no qual denuncia as condições de detenção de imigrantes em um centro nos arredores de Londres, onde um deles permaneceu por mais de quatro anos.

Após sua visita ao centro de Harmondsworth, situado perto do aeroporto de Heathrow, e apresentado como o maior da Europa, a autoridade lamentou que alguns imigrantes tenham estado detidos ali “durante muito tempo”.

“No começo do controle, 23 estavam detidos por mais de um ano, inclusive uma pessoa detida durante quatro anos e meio”.

A expulsão desses imigrantes de volta a seus países de origem não pôde ser feita “por várias razões”, informou, como “recursos judiciais tardios, ausência de documentos de viagem ou comportamentos provocadores”.

A Inspeção destacou “decisões” do ministério de Interior, que por exemplo “demorou mais de um ano em responder a um pedido de refúgio”. No Reino Unido, os centros de detenção podem acolher os solicitantes de refúgio à espera de uma decisão da administração, assim como imigrantes sob ordem de expulsão.

“A ausência de limite de tempo de detenção levou a que os imigrantes ficassem detidos durante períodos excessivamente longos”, considerou Peter Clarke, diretor da Inspeção de Prisões.

O responsável também denunciou as condições de vida nos centros de detenção, “parecidas as de uma prisão”. Ressaltou a presença “endêmica” de baratas, ratos, a circulação de drogas e o fato de os imigrantes serem sistematicamente algemados, mesmo sem “risco aparente”.

Por sua vez, o ministério do Interior reagiu ao relatório e assegurou ter iniciado “um programa de transformação” do centro de detenção de Harmondsworth.