Imigrantes detidos nos EUA são forçados a comer como cães, diz relatório

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Protesto contra as políticas de Trump sobre imigrantes Foto: REUTERS/Jose Luis Gonzalez/File Photo

Um relatório divulgado na segunda-feira, 21, pela ONG Humans Right Watch denunciou graves violações de direitos humanos contra imigrantes nos Estados Unidos. Dentro de três centros de detenção no sul da Flórida, estrangeiros estariam sendo obrigados a comer de joelhos, com as mãos algemadas nas costas, como “cães”.

As unidades onde abusos supostamente seriam praticados são: Krome North Service Processing Center, Broward Transitional Center (BTC) e o Federal Detention Center (FDC).

Segundo informou o documento, a situação é extremamente grave e inclui negligência médicas que já resultaram em ao menos duas mortes. Os detentos enfrentam superlotação, confinamento em celas geladas e ausência de camas, além de maus-tratos constantes. Os imigrantes passam longos períodos com algemas em ônibus, sem acesso à comida, água, banheiro ou qualquer assistência.

A qualidade dos – poucos – alimentos oferecidos, assim como a detenção em solitárias, constante luz fluorescente e obstrução da defesa jurídica dos presos são mais alguns fatores que configuram a situação como uma clara violação dos direitos humanos e das normas estipuladas pelo governo dosEUA, destacou o relatório.

Os centros são administrados por empresas privadas e registram um aumento significativo no número de presos desde a posse do presidente Donald Trump, que usa políticas de anti-imigração com uma das principais bandeiras políticas.

Nesse cenário, a Flórida aparece como um exemplo rígido, de modo que o Serviço de Imigração (ICE, sigla em inglês) permite que a política detenha e deporte imigrantes diretamente. No último mês, a gestão do estado chegou a promover a construção da “Alcatraz dos jacarés” – uma prisão de segurança máxima para imigrantes rodeada por jacarés, em um modelo brutal de isolamento físico.

O resultado dessas políticas é o medo dos estrangeiros residentes da Flórida, que passaram a evitar polícia, igrejas, hospitais e escolas, com receio de serem deportados ou aprisionados injustamente.