Nos últimos anos houve um aumento significativo no número de países que adotam políticas de imigração mais acolhedoras e abertas. Países ao redor do mundo têm reconhecido os benefícios econômicos, sociais e culturais da imigração e têm buscado atrair imigrantes qualificados e talentosos.

Entre esses países, destacam-se:
• Canadá,
• Austrália,
• Nova Zelândia,
• Suécia,
• Alemanha,
• Uruguai,
• Argentina,
• Portugal,
• Espanha,
• México,
• e Costa Rica.

A projeção de um aumento de até US$ 7 trilhões no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA ao longo da próxima década é mais do que uma mera cifra. Nos bastidores desse espetáculo econômico, mais de três milhões de imigrantes estão escrevendo sua própria história.

No Canadá, as políticas de imigração são conhecidas por sua abertura e flexibilidade. O país oferece diversos programas, entre eles o Express Entry, que facilita a entrada de trabalhadores qualificados, e o Programa de Imigração Provincial, que permite que as províncias selecionem imigrantes de acordo com suas necessidades específicas.

Juventude e inovação

A desenvolvedora de software Alessandra Sericolla Diniz mudou-se para o Canadá em 2018, junto com o marido e os dois filhos. Luiz Fernando, que é engenheiro, foi a trabalho; ela e os filhos, para estudar. Hoje já estão com seus vistos permanentes.

“O Canadá tem um processo de imigração muito bem definido. O fato de um dos cônjuges poder estudar enquanto o outro trabalha é um diferencial”, explica ela.

Portugal também tem sido um destino popular, principalmente para brasileiros, por meio de programas como o visto Gold, que oferece residência para investidores estrangeiros, e o visto D7, para aposentados e titulares de renda passiva.

“A atração de uma força de trabalho jovem é vital para o crescimento econômico sustentável e o fortalecimento dos sistemas de segurança social. Juventude traz consigo inovação e predisposição ao empreendedorismo, qualidades preciosas em um mercado global competitivo”, avalia Bruno Corim de Oliveira Castro, advogado especializado em imigração e expatriados.

Imigrantes contribuem para economia de países adotivos, mostram relatórios
(Arquivo pessoal)

Fabiano de Abreu Agrela, PhD em Neurociências, está em Portugal há oito anos com visto permanente. “Aqui há uma significativa presença de mão de obra brasileira, indiana e venezuelana, entre outros países”, conta.

Recentemente, a WorldAtlas divulgou que Singapura lidera como o país com a política de fronteira mais aberta, seguida por Hong Kong, Belarus, França e Suécia. O principal argumento é a escassez de trabalhadores qualificados em determinadas áreas, a falta de mão de obra em idade laboral e a baixa taxa de natalidade na população economicamente ativa.

“Portugal necessita de jovens, não apenas no sentido etário, mas com mentalidade trabalhadora.”
Fabiano Agrela, neurocientista brasileiro

O estudo de 2023 do Banco Mundial destaca a crescente preocupação em relação à demografia, com alguns países envelhecendo rapidamente e outros experimentando um boom populacional.

Países ricos dependerão de trabalhadores estrangeiros para sustentar suas economias. Ao mesmo tempo, países de renda média, que tradicionalmente são as principais fontes de migração, terão de competir por trabalhadores estrangeiros. “Os profissionais brasileiros precisam buscar qualificação, pois em Portugal diplomas e experiências anteriores têm peso significativo. O país necessita de jovens, não apenas no sentido etário, mas com mentalidade trabalhadora”, revela Agrela.

Nos últimos anos, a chegada não autorizada de milhões de migrantes aos EUA gerou turbulência política. No entanto, um novo relatório do Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO) revela que o fato trouxe benefícios econômicos.

O relatório prevê um aumento significativo na força de trabalho e no Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. A entrada desses novos trabalhadores contribuirá para a redução do déficit federal até 2033, devido ao aumento na arrecadação de impostos e na atividade econômica.

No entanto, isso pode exercer pressão sobre os salários e a produtividade a curto prazo. “Com a imigração legal, os países atraem investimentos, novos negócios e novos consumidores. Isso aquece a economia e impulsiona toda a cadeia produtiva”, explica Daniel Toledo, advogado especialista em direito internacional.

A necessidade de mão de obra estrangeira é cada vez mais evidente. A imigração, quando bem gerida, traz benefícios econômicos de longo prazo, além de contribuir para a diversidade e a vitalidade da sociedade.

É hora de reconhecer o valor dos imigrantes e adotar políticas que promovam uma transição mais inclusiva e sustentável. “Estou entusiasmado com as portas que se abrem para talentos de todo o mundo, gerando uma rica troca de conhecimento, cultura e inovação”, diz Castro.