São Paulo, 12 – Levantamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou que a intenção de confinamento de gado em Mato Grosso para 2025 prevê a terminação de cerca de 926,8 mil cabeças, aumento de 3,84% em relação ao volume confinado em 2024. O dado foi coletado no segundo levantamento anual, feito em julho, com a participação de 116 pecuaristas.
Entre os entrevistados, 69,57% confirmaram que vão confinar gado em 2025, enquanto 30,43% optaram por não confinar. A maior parte daqueles que decidiram não confinar concentra-se em propriedades de menor capacidade estática, especialmente aquelas com até mil cabeças. Já entre os confinadores, observa-se um crescimento expressivo em pequenas unidades, impulsionado pelo retorno de fazendas que haviam suspendido a atividade no ano anterior.
Apesar de um aumento de 11,93% no custo médio da diária de confinamento ante 2024, para R$ 13,25 por cabeça por dia – pressionado principalmente pela alta dos preços do milho -, o setor vem se beneficiando da recuperação dos preços da arroba do boi gordo. A relação de troca entre boi e milho atingiu 5,52 sacas por arroba, a maior média desde 2019, o que sustenta a continuidade e até a ampliação da atividade, segundo o estudo.
Além do confinamento tradicional, o levantamento revela avanços na adoção de sistemas alternativos de terminação. A Terminação Intensiva a Pasto (TIP) tem ganhado espaço principalmente entre os que não vão confinar este ano, com 18,18% aderindo ao sistema, contra 6,90% dos confinadores ativos. O semiconfinamento, por sua vez, manteve participação estável em ambos os grupos. A TIP é apontada como alternativa mais econômica, devido ao menor custo operacional e à menor necessidade de infraestrutura.
No que tange à gestão de riscos, o uso de mecanismos de proteção de preços está em um dos níveis mais baixos dos últimos anos. Apenas 8% dos pecuaristas afirmaram ter fechado contratos a termo com frigoríficos, e 3,7% recorreram a operações de trava na B3. Esse comportamento acompanha o momento de alta no mercado da arroba, quando a maioria dos produtores opta por aproveitar a valorização, em detrimento das travas que limitam ganhos, ponderou o Imea.
Quanto às principais preocupações dos confinadores, o preço do gado de reposição foi citado por 36,71% dos entrevistados, refletindo a pressão causada pela menor oferta nessa categoria. Em seguida, 23,81% destacaram a volatilidade do preço do boi gordo e 9,52% mencionaram o ambiente político como fator de risco para a atividade.
No aspecto financeiro, o custo alimentar, que representa o principal insumo da terminação confinada, foi parcialmente controlado graças à antecipação da compra de insumos. Cerca de 80% do volume necessário de milho já havia sido negociado até julho, aproveitando uma janela de preços mais baixos.
Com a manutenção do ritmo de confinamento e o avanço dos sistemas alternativos, o segundo semestre de 2025 deverá concentrar a maior parte dos envios para abate, especialmente nos meses de agosto, setembro e outubro. Isso consolida o ano como um período de forte desempenho para a terminação intensiva no Estado, de acordo com o Imea.