Imagens por satélite divulgadas nesta sexta-feira pela Human Rights Watch demonstram, segundo a ONG, que dezenas de vilarejos rohingyas foram destruídos com tanques na região oeste de Mianmar.

“Muitas aldeias foram cenário de atrocidades contra os rohingyas e deveriam ser preservadas para que especialistas nomeados pela ONU investigassem”, disse Brad Adams, diretor da HRW para a Ásia.

Nas imagens, a Human Rights Watch contabiliza pelo menos 55 vilarejos arrasados ao norte do estado de Rakhine, nos arredores da cidade de Maungdaw, epicentro da violência.

Quase 700.000 rohingyas fugiram de Mianmar para o vizinho Bangladesh desde a explosão de violência de 2017, que a ONU chamou de limpeza étnica realizada pelo exército.

As fotos divulgadas nas redes sociais desde o início de fevereiro pelo embaixador da União Europeia em Mianmar, Kristian Schmidt, após uma viagem oficial ao estado de Rakhine, mostram zonas inteiras destruídas com tanque.

O governo birmanês afirma que isto é parte de um “plano para a repatriação”, mas a explicação não convence especialistas e ONGs.

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O exército birmanês admitiu que soldados e habitantes budistas da região mataram rohingyas a sangue frio, no primeiro reconhecimento público de violações dos direitos humanos após meses negando as acusações.

Os jornalistas não têm acesso à região, o que impossibilita a verificação de acusações de assassinatos, estupros e torturas.


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