Imagens de vídeo do corpo de uma mulher ensanguentado e brutalmente mutilado, apresentado como o de uma combatente curda da Síria, torturada por rebeldes aliados da Turquia, despertou nesta sexta-feira (2) a ira da comunidade curda.
Segundo as forças curdas, o corpo é de Barîn Kobanê, nome de guerra desta mulher de 23 anos, que participou dos combates contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) na região de Kobane, no norte da Síria.
Em 20 de janeiro, a Turquia lançou na Síria uma ofensiva contra a região de Afrin para expulsar de sua fronteira a milícia curda das YPG, uma organização qualificada como “terrorista” por Ancara, mas que é aliada de Washington na luta contra o EI.
Os rebeldes sírios que participam desta operação militar junto com a Turquia foram acusados por autoridades curdas, mas também pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), de filmar as mutilações infligidas ao corpo sem vida de uma combatente.
As forças curdas denunciaram os horrores cometidos pelos “terroristas aliados do Estado turco inimigo”.
Vários militares curdos compartilharam nas redes sociais um perfil da jovem, sorridente em seu uniforme militar, acompanhada de outra foto de seu corpo.
No vídeo, pode-se ver uma dezena de rebeldes, alguns armados, em volta do cadáver ensaguentado e mutilado de uma mulher, no chão. Ouve-se a voz de um homem, que pede que deixem de agir assim.
A gravação foi enviada ao OSDH por “um combatente dos grupos rebeldes sírios que participam com as forças turcas” da ofensiva, informou à AFP o diretor desta ONG, Rami Abdel Rahman.
Teria sido filmado na terça-feira, depois que o corpo da combatente foi encontrado pelos rebeldes na localidade de Qurna, perto da fronteira no norte da Síria.
“É de uma barbárie sem igual”, criticou Abdel Rahman.