Ilha italiana de Lampedusa será candidata a patrimônio da Unesco

LAMPEDUSA, 18 AGO (ANSA) – Os gestos acolhedores dos habitantes de Lampedusa, ilha italiana situada a cerca de 100 km do norte da África, serão candidatos a patrimônio cultural imaterial da humanidade da Unesco.   

A ação, prevista no dossiê de candidatura de Agrigento a capital italiana da cultura de 2025, será lançada oficialmente durante um concerto do pianista Giovanni Allevi em 12 de setembro.   

O processo será liderado pela associação Perou, que é responsável pelo projeto Avenir, um catamarã de 67 metros de comprimento e 22 metros de largura.   

“O Avenir é um instrumento pioneiro, a primeira embarcação europeia projetada para salvamento em alto mar, um lugar onde a fraternidade é afirmada e o multilinguismo é experimentado. O catamarã também apoia os gestos de salvamento, cuidado, benevolência e amizade que se desenvolvem ao encontrar aqueles que buscam refúgio na Europa”, diz o documento.   

O prefeito das ilhas Pelágias, Filippo Mannino, convidou o presidente da Itália, Sergio Mattarella, a visitar a ilha no exato dia da oficialização da candidatura.   

“Desde que me tornei prefeito, quase 200 corpos me foram entregues. Mesmo assim, nossa comunidade continua a estender a mão, prestar assistência e acolher. Peço que continuem a ter Lampedusa em seus pensamentos, como já fizeram em diversas ocasiões, e que nos apoiem nesta jornada que busca transformar dor em valor e humanidade em patrimônio”, declarou o político.   

A ilha siciliana de Lampedusa, no sul da Itália, é palco de inúmeros desembarques de migrantes irregulares que fazem a perigosa travessia marítima para a Europa. O país é a maior porta de entrada no continente pela Rota do Mediterrâneo.   

(ANSA).