O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira, 12, entender que a reforma tributária empreendida pelo presidente norte-americano, Donald Trump, poderá afetar o cenário benigno que acompanha o Brasil. Cenário benigno, de acordo com Ilan, é a queda da inflação para uma taxa inferior ao centro da meta, de 4,5%, crescimento do PIB e redução da taxa básica de juros.

Para o presidente do BC, diante deste risco se faz necessário que sejam implementadas as reformas no Brasil, em especial a da Previdência. Ilan participa da cerimônia de comemoração dos 60 anos de existência da Itaú Asset Management, em São Paulo.

O presidente do BC iniciou seu discurso lembrando que a inflação caiu de 10,67% em 2015 para uma taxa de 2,8% em novembro, no acumulado de 12 meses, bem abaixo do centro da meta inflacionária, de 4,5% para este ano. Ainda na esteira do discurso sobre a queda da inflação, Ilan disse que “é surpreendente que a inflação tenha ficado tão alta durante a crise de 2015.

Segundo ele, é comum as pessoas perguntarem o porquê de a inflação ter demorado tanto para cair e, quando começou a cair, ter caído tão depressa. Para ele, caiu depressa, em parte por conta da redução dos preços dos alimentos, e “por conta da boa perspectiva futura”, disse. De acordo com ele, antes os agentes subiam seus preços como forma de defesa contra a inflação.

“Quando o BC busca cumprir a meta de inflação, os mecanismos de defesa elevação de preços deixam de ser usados”, disse o presidente do BC. Como já havia falado à tarde no Almoço Anual da Febraban, Ilan disse que a queda da inflação foi consequência do recuo dos preços dos alimentos, que impactou em 2 pontos porcentuais o IPCA. A inflação de 12 meses ex-alimentos, segundo Ilan, está em 4,5%.

“Daqui para frente temos boas perspectivas de a inflação ficar em torno da meta. A inflação para os próximos anos está ancorada”, disse o presidente do BC. Sobre o juro, Ilan disse que se encontra abaixo da taxa estrutural e reiterou que a taxa de juro neutro depende das reformas, em especial da Previdência. O banqueiro central disse ainda que a composição crescimento, juros e inflação baixos faz de 2017 um ano proveitoso.