O recuo da expectativa de inflação num período mais longo é ainda mais relevante do que a própria queda no ritmo de aumento de preços na economia, avaliou nesta sexta-feira, 24, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, em aula inaugural do curso de graduação em economia da Escola Brasileira de Economia e Finanças (EPGE) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Mais importante que a inflação caiu (ter caído) é que a expectativa de inflação, mesmo num viés mais longo, está em torno de 4,5%”, disse Goldfajn. “Nós estamos usando instrumento mais clássico”, lembrou ele, referindo-se à taxa básica de juros.

O presidente do Banco Central defendeu que, na política monetária, é preciso olhar a inflação para frente. “Ancorar (expectativas) significa que você tem expectativas onde deveriam estar”, disse Goldfajn.

Com inflação ancorada é possível começar um processo de flexibilização da política monetária, lembrou. “A ordem dos fatores altera o produto. Você ancorar expectativas e depois flexibilizar é muito diferente de flexibilizar e torcer para ancorar depois”, defendeu.

“Precisamos fazer a convergência da inflação, para as pessoas apostarem que está na meta. E aí podemos inclusive ter flexibilização monetária maior e mais segura”, concluiu.

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