A Igreja católica venezuelana qualificou nesta quinta-feira (18) de “horrível massacre” a operação em que foi executado pelas “forças militares” o piloto Óscar Pérez, protagonista de ações de grande repercussão contra o governo de Nicolás Maduro.

Em um comunicado, a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) “denuncia o massacre horrível evidenciado nas execuções extrajudiciais e mortes de civis”.

Na operação de segunda-feira passada, morreram Pérez e seis de seus homens, assim como dois policiais.

“Há evidências que precisam ser investigadas e explicadas razoavelmente aos familiares e a toda a comunidade venezuelana”, destacou a CEV.

Entre elas – prossegue – “a falta de resolução pacífica de conflito frente à (…) solicitação de entrega, ausência de promotores no processo e uso de grupos civis armados”.

Em vídeos difundidos no Instagram, o ex-agente dizia que tanto ele, quanto seus homens estavam dispostos a se entregar. No entanto, o governo afirma que o grupo “terrorista” abriu fogo contra as autoridades.

A CEV exigiu “que os fatos (…) sejam investigados” e impôs “à Procuradoria-geral que zele pela entrega dos corpos aos familiares, evitando a cremação, sem autorização destes, para determinar a causa da morte”.

Pérez, de 36 anos, foi declarado “o criminoso mais procurado” da Venezuela, após comandar em 27 de junho passado um ataque a edifícios do governo de um helicóptero.

Em 18 de dezembro, também comandou a invasão a um quartel da Guarda Nacional, de onde subtraiu 26 fuzis russos e munição.

Desde a segunda-feira os parentes exigem, sem sucesso, a entrega dos corpos de Pérez e seus companheiros, após serem trasladados ao necrotério principal de Caracas.