O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou o recurso apresentado pela Igreja Universal do Reino de Deus e a condenou a devolver cerca de R$ 204 mil a uma fiel que buscava um lugar no céu.

Resumo:

  • Uma professora da rede estadual de ensino afirmou na ação que teria sido coagida a realizar a doação;
  • Ela destacou que, atualmente, a sua família vive com uma renda de R$ 1.500 por mês;
  • A Igreja Universal foi condenada em primeira instância e agora perdeu novamente.

+ Igreja Universal deve devolver R$ 204 mil após fiel ser coagida a doar todo seu patrimônio

Segundo o colunista Rogério Gentile, do UOL, a professora da rede estadual de ensino informou na ação que teria sido coagida a ofertar todo seu patrimônio, adquirido ao longo de 30 anos, para a instituição religiosa, tendo sido levada a acreditar que somente assim seria abençoada por Deus e obteria um lugar no céu.

“Para uma pessoa extremamente religiosa, não há temor maior do que a rejeição divina. Era a palavra dos bispos e dos pastores”, relatou a defensora pública Yasmin Pestana.

A professora só teria se dado conta da situação quando conversou com algumas pessoas e viu alguns vídeos de outros religiosos, “o que a fez perceber que sua fé não dependia de realizar sacrifícios que impusessem a sua família uma situação de vulnerabilidade financeira”. Ela ainda declarou à Justiça que a sua família vive atualmente com uma renda de R$ 1.500 por mês.

Já a defesa da Igreja Universal negou que a professora tenha sido coagida a realizar a doação. “A autora (do processo) é pessoa maior e, portanto, absolutamente capaz de entender e refletir sobre a consequência dos atos praticados, não podendo agora alegar ter sido vítima de coação psicológica, decorrente do discurso litúrgico dos pastores”, completou.

Em março de 2022, a igreja foi condenada em primeira instância. A instituição religiosa recorreu e perdeu novamente durante o julgamento realizado no dia 8 de agosto.

A ISTOÉ entrou em contato com a Igreja Universal para saber se pretende recorrer de novo da decisão, mas não obteve resposta até o momento.