VATICANO, 9 MAI (ANSA) – O papa Francisco enviou a um padre jesuíta uma carta na qual afirma que a Igreja não rejeita católicos homossexuais.


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James Martin, integrante da Companhia de Jesus e consultor do Dicastério de Comunicação do Vaticano, havia perguntado ao pontífice o que dizer a um fiel da comunidade LGBT+ que tenha “sofrido rejeição da Igreja”.

O Papa então respondeu por escrito: “Gostaria que reconhecessem isso não como ‘a rejeição da Igreja’, mas sim como ‘de pessoas na Igreja’. A Igreja é mãe e chama todos os seus filhos. Tomemos como exemplo a parábola dos convidados à festa: ‘os justos, os pecadores, os ricos e os pobres, etc.’ Uma Igreja ‘seletiva’, ‘puro sangue’, não é a Santa Mãe Igreja, mas sim uma seita”.

A troca de mensagens foi revelada pelo próprio Martin ao site Outreach, voltado para homossexuais católicos. “Fiz três perguntas e disse ao Papa que poderia ser breve se desejasse, sobretudo porque sofria de uma dor no joelho, e responder da forma que quisesse. Três dias depois, recebi uma nota escrita a mão com suas respostas”, contou o jesuíta.

O padre também perguntou ao pontífice “qual é a coisa mais importante que as pessoas LGBT devem saber sobre Deus” e “o que gostaria que as pessoas LGBT soubessem da Igreja”.

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“Deus é pai e não renega nenhum de seus filhos. O ‘estilo’ de Deus é proximidade, misericórdia e ternura. Vocês encontrarão Deus neste caminho”, afirmou Francisco a respeito da primeira pergunta.

Já para o segundo questionamento, Jorge Bergoglio escreveu que “gostaria que lessem o livro dos Atos dos Apóstolos”. “Ali vocês encontrarão a imagem da Igreja viva”, acrescentou.

Essa não é a primeira vez que o Papa dá declarações de abertura à comunidade LGBT+. Em maio de 2018, Francisco disse a frase “Deus te ama assim” a um homem gay vítima de pedofilia no Chile.

Em outra ocasião, logo no início de seu pontificado, afirmou que não podia “julgar” as pessoas por sua opção sexual.

Essa postura mais aberta rendeu a Bergoglio uma forte oposição nas alas mais conservadoras da Igreja e até acusações de “heresia”.

Ao mesmo tempo, no entanto, Francisco já disse que a “homossexualidade parece estar na moda” e que se sentia preocupado com sua presença entre padres e religiosos. Além disso, o Vaticano fez pressão para o Parlamento da Itália engavetar um projeto de lei que criminalizava a homofobia e a transfobia. (ANSA).


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