ROMA, 16 NOV (ANSA) – Um serviço nacional para a tutela de menores de idade, com contribuição de especialistas e laicos e a identificação de referências específicas, região por região, para formar suas linhas de atuação.   

Essa é a resposta da Conferência Episcopal Italiana (CEI) para combater a pedofilia no país, anunciada nesta quinta-feira (15), três meses antes da reunião convocada pelo papa Francisco para discutir a reação aos abusos com bispos do mundo todo.   

“É uma praga gravíssima, e a Igreja italiana quer enfrentar o problema radicalmente”, disse o presidente da CEI, cardeal Gualtiero Bassetti, ao fim da assembleia geral dos bispos da Itália, nesta quinta-feira (15). O serviço nacional terá um estatuto próprio e uma secretaria independente, mas é apenas uma das medidas anunciadas para combater a pedofilia.   

A CEI pretende também promover uma “análise psicológica e psiquiátrica mais detalhada nos seminários”. “Não resolveremos o problema 100%, mas queremos fazê-lo”, acrescentou Bassetti. O que falta ainda é uma base de dados sobre esse fenômeno na Itália.   

Há inquéritos abertos em algumas dioceses, mas a CEI não abriu uma investigação para entender o tamanho do problema no país, ao contrário do que aconteceu em nações como Alemanha, Austrália, Estados Unidos e Irlanda.   

“A CEI não tem os dados à mão”, disse o presidente da entidade, explicando que os casos são administrados individualmente pelas dioceses. “A Itália não é a Irlanda nem os Estados Unidos”, ressaltou. Os bispos italianos anunciaram seu plano de ação em meio ao descontentamento da Conferência Episcopal dos EUA com o Vaticano, que a impediu de votar medidas antipedofilia na última segunda-feira (12).   

A votação teria sido adiada com o argumento de que a Santa Sé quer esperar a reunião de fevereiro com o Papa. “Acatamos com desapontamento esse evento particular”, admitiu o presidente da entidade, cardeal Daniel DiNardo. “Tivemos apenas um percalço no caminho”, acrescentou. (ANSA)