SANTIAGO, 27 NOV (ANSA) – Um grupo de indígenas considerado “Tesouros Humanos Vivos”, título dado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), está entre as vítimas de um acidente de trânsito fatal ocorrido no Chile.   

De acordo com a polícia, o capotamento do ônibus que causou a morte de 13 pessoas, incluindo nove idosos, ocorreu em Victoria, a cerca de 670 quilômetros da capital do Chile, Santiago, no domingo (26). Ainda não são conhecidas as causas do acidente.   

Os anciãos eram do grupo ngutamchefes, reconhecidos em 2014 pela ONU por suas habilidades e sua sabedoria para a cura de lesões, fraturas e luxações, entre outros tipos de problemas físicos.   

Os ngutamchefes pertencem ao povo originário mapuche lafkenque (os homens da costa) e cultivaram a prática milenar de cura dos ossos. A cultura é transmitida, basicamente, por via oral e passam dos mais velhos para os mais jovens geração após geração.   

Eles eram naturais da cidade de Tirúa, no sul do país, onde vive a população mapuche chilena. Na cidade, eles atuavam junto com os agentes de saúde do governo, oferecendo seu conhecimento aliado às práticas da medicina moderna.   

“Só posso desejar força, nada mais. Vocês não imaginam como está essa comunidade. Não há forma de consolar essas famílias porque são pessoas muito queridas. Eram avôs e avós que estavam ajudando na saúde de todos”, disse muito emocionado o prefeito de Tirúa, Adolfo Millabur.   

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O ônibus que levava as 45 pessoas havia sido contratado pelo Departamento de Saúde de Tirúa.   

Os nomes das vítimas da fatalidade são Ana Colipi, María Vergara, Amalia Carinao, Luis Viluñir, Rosa Manquecura, Carmen Pilquiman, Prosperino Huenupil, Albertina Lillempi, Esterlina Marihuen e Aylen Huilita, esta última de apenas oito anos.   

Outras três vítimas ainda não foram reconhecidas.   

Ainda estão internados em condições gravíssimas mais três pessoas: como Ramona del Carmen Ruminot, 77, Luis Damasio Lempi, 61, e Carlos Martínez, 31. (ANSA)


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