Reportagem publicada pelo UOL mostrou, nesta segunda-feira (2), como é a realidade de pessoas idosas que moram nas ruas do centro de São Paulo. Na reportagem, o pernambucano Carlos Alberto Silva, 62, conta que estava “buscando a terra prometida” quando veio morar em São Paulo no final de 2020.

Ele conta que quando chegou no Terminal Rodoviário do Tietê foi roubado e viu sua sanfona ser queimada. Ao reclamar com os policiais, foi acusado de desacato. Sem ter para onde ir, ele precisou ficar na rua.

Mesmo morando nas ruas, ele afirma que faz bicos para conseguir um pequeno sustento. Porém, o que ganha não é o suficiente para pagar um aluguel. À reportagem, ele diz: “Para a sociedade, a gente é invisível. Acham que não somos capazes de nada”.

Aos 66 anos, José Aldo Andrade afirma ter parado nas ruas por “sem-vergonhice”. “Não valho nada”, brincou com a reportagem. Ele diz que estava cansado de desentendimentos dentro de sua casa, no Ceará, ele foi embora e nunca mais viu a família.

Sem casa há quatro anos, ele diz que morar nas ruas “é sofrimento”. “Estou aqui sem poder andar, comendo o que os outros dão. Se estou num lugar que não tem comida, fico com fome”, disse.

Já Amilcar, 61, trabalhou como gerente comercial em grandes empresas. Porém, a bebida fez com que ele fosse demitido. Sem conseguir emprego, começou a fazer bicos. Mas o dinheiro não dava para manter a vida.

Quando ele percebeu, já não tinha mais dinheiro. “Não desejo a minha vida nem para o meu pior inimigo. É um dia a dia mesquinho, improdutivo. Ando pra baixo e pra cima, mas não cresço um centímetro além do que já fiz”, explica.