Um policial militar aposentado, Aurazil Tavares, de 71 anos, que sofre de mielofibrosecâncer raro que afeta a medula óssea e resulta na paralisação da produção de sangue — e está tomando medicamento de alto custo vencido, por falta de entrega da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. As informações são do G1.

O idoso, morador da Praia Grande, litoral de São Paulo, não recebe o medicamento há cerca de quatro meses. O remédio em questão é o Jakavi, que custa aproximadamente R$ 37 mil, e não é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, Aurazil tem direito a medicação gratuita do Estado desde 2017, graças a uma ação judicial.

Aurazil luta contra a doença há oito anos, e começou a tomar o remédio após ter que retirar o baço e tentar um transplante de medula óssea que falhou. A medicação, por sua vez, não pode curá-lo, mas ajuda a tratá-lo e promove qualidade de vida ao paciente.

“A minha hemoglobina baixou tanto que tive que ir ao Hospital Guilherme Álvaro e tomar duas bolsas de sangue. Deve ser devido ao medicamento vencido. De acordo com os médicos, a falta da medicação pode me levar à morte ou à mutação para leucemia aguda, que só tem cura com transplante de medula, que não posso fazer mais”, conta.

Essa não é a primeira vez que a entrega do remédio atrasa. No ano passado, Aurazil ficou cinco meses sem a medicação. Há dois meses, a pasta entregou o medicamento emprestado de outro município. Segundo o G1, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que a medicação deve estar disponível para retirada na próxima semana, e que a família será comunicada.

Atualmente, as medicações que o idoso está tomando foram doadas por pessoas de outros estados que perderam seus entes pela mesma doença. De acordo com a esposa do policial, Olívia Martina, quando a pessoa descobre que pode doa-lo, ele já está vencido.

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“Quando aparece eu pego, mesmo se estiver vencendo no mês, mas sei que não é aconselhável. A gente pensa sempre que vai fazer algum efeito, pelo menos para o psicológico da gente”, relata Olívia.

A doença está trazendo consequências para a saúde de Aurazil, que está no auge do emagrecimento, ficando anêmico e com as plaquetas baixas. 

“A aparência dele vai mudando, ficando bem magrinho. Vai ficando cansado, já está com 62 kg. Nunca mandam correto, fico às vezes dois meses sem. Nada mudou, a gente continua com o mesmo problema. Medicação que ele tem direito, ganhou pela Justiça, e não vem. Não tem mais o que fazer, é uma sobrevida mesmo. A gente gostaria que ele tivesse direito ao tratamento”, lamenta a esposa.


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