Uma mulher de 75 está internada em estado grave em uma unidade de terapia intensiva (UTI) após ter sido acusada injustamente de furtar um par de chinelos em um mercado no último sábado (28), no Distrito Federal. As informações são do Correio Braziliense.

Milta de Jesus Oliveira fazia compras com duas filhas e um neto na rede atacadista Super Adega quando surgiu um rumor na loja que uma pessoa calçara um par de sandálias e havia saído sem pagar por eles. Segundo relato da neta de Milta, Sandrine Oliveira, de 29 anos, as características informadas eram da avó de Sandrine, que teria sido monitorada pelos seguranças.

Ao passar pelo caixa, a atendente abordou Milta de maneira brusca e a acusou de ter furtado os chinelos que usava. Milta negou e disse que o calçado já pertencia a ela. Outros clientes protestaram contra a abordagem.

Ao conferirem as imagens das câmeras de segurança, os funcionários do mercado constataram que Milta era inocente e pediram desculpas, mas por conta do estresse emocional, ela passou mal e queixou-se de dor no peito, ânsia de vômito e fadiga.

A família de Milta a levou direto para a Unidade de Pronto-Atendimento de São Sebastião. “Acho que é um despreparo dos funcionários, as palavras que foram usadas. Acontece que esse despreparo resulta em uma fatalidade”, disse a neta Sandrine.

Com a gravidade do caso, Milta precisava ser encaminhada para uma UTI, mas houve dificuldade de conseguirem uma vaga e, devido à demora, a família entrou com uma ação na Justiça.

O juiz de plantão, Rodrigo Otávio Donati Barbosa, concedeu parcialmente o pedido que obriga o governo local a providenciar a internação da paciente, seja na rede pública ou na particular.

Na madrugada de segunda (30), ela foi transferida para um leito de UTI no Hospital Universitário de Brasília. Durante a manhã ela realizou um cateterismo a fim de evitar um inferno.

“Esperamos que ela fique bem e inicie o tratamento. Não há previsão de alta”, disse Sandrine.

Em nota enviada ao Correio Braziliense, o supermercado disse que, desde o início, acompanhou e prestou os atendimentos necessários a Milta, além de conseguir uma vaga para ela em uma UTI.

Leia a íntegra do comunicado

Por meio desta nota oficial, o Grupo Super Adega vem prestar esclarecimentos acerca dos fatos ocorridos no dia 28/11/2020, por volta das 18h, na loja do Jardim Botânico envolvendo a Sra. Milta Jesus de Oliveira, nossa cliente. Em razão de comorbidades e doenças pré-existentes, a Sra. Milta teve um quadro de mal súbito após sentir-se constrangida por um de nossos colaboradores devido à ocorrência de fato isolado e também devido à sua idade.

O Grupo Grupo Super Adega informa que, tão logo tomou conhecimento dos fatos, por intermédio da Diretoria da empresa e da Gerência de RH, deu início a rigorosa apuração dos fatos e entrou em contato com a Sra. Sandrine, neta da nossa cliente. Após o contato, foi prestada toda a assistência psicológica, emocional e médico-hospitalar a fim de garantir que a Sra. Milta recebesse o melhor tratamento possível diante do ocorrido e tivesse acesso ao tratamento médico adequado e especializado para o quadro que apresentou.

Ressaltamos que sentimos muito pelos fatos relatados e, desde já, pedimos desculpa pelo ocorrido. A nossa empresa preza pelo bom relacionamento e gentileza com nossos clientes, é um grupo sério e não compactua ou incentiva qualquer tipo de ação ou omissão que possa causar constrangimento ou gerar situação discriminatória, vexatória, de injúria ou racismo aos nossos clientes.

O Grupo Super Adega repudia, veementemente, toda e qualquer atitude passível de provocar e/ou promover constrangimento e/ou discriminação. A empresa sente profundamente pela situação e informa que a Sra. Milta e sua família possuem canal direto com os Diretores do nosso Grupo, que estão à disposição para atender quaisquer demandas que se façam necessárias.