Ídolo do Flamengo, o ex-jogador Júnior criticou o clube por causa da demora nas indenizações às famílias das vítimas da tragédia do Ninho do Urubu. No dia 8 de fevereiro do ano passado, 10 jovens das categorias de base do Flamengo morreram e três ficaram feridos após um incêndio no centro de treinamentos.

“Quando você vê as grandes contratações que foram feitas, o Flamengo está lidando com o problema de uma forma que parece uma grande negociação. E não é uma grande negociação, não existe valor. O processo natural é o quê? Os filhos enterrarem os pais. Os pais enterrarem os filhos é uma coisa que você não pode desejar nem para o seu pior inimigo. Muitos desses garotos eram também uma forma que as famílias tinham para poder ter uma vida melhor, de dar uma condição melhor para todo mundo”, afirmou Júnior, em participação no programa Redação SporTV nesta segunda-feira.

No último sábado, completou um ano da tragédia no Ninho do Urubu. O Flamengo organizou homenagens para os garotos, mas só autorizou a entrada de quem avisou que iria anteriormente, o que causou confusão. Na sexta-feira, a Polícia Civil concluiu o inquérito do incêndio e manteve oito indiciamentos.

Foi a primeira vez que Júnior se manifestou sobre a tragédia no Ninho do Urubu. Ele é um dos principais jogadores da história do clube, tendo conquistado a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes em 1981, entre outros títulos. Atualmente, é comentarista do Grupo Globo.

“Eu acho um absurdo que até hoje isso não tenha sido resolvido. É muita falta de sensibilidade. E vou falar uma coisa: isso não é a cara dos grandes dirigentes do Flamengo. Os grandes dirigentes do Flamengo sempre tiveram um lado humano muito grande. Eu vi e presenciei durante toda minha carreira, que foi de 1973 a 1993”, disse.