Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice da bolsa brasileira fechou em tímida alta nesta terça-feira, após acelerar na última hora e reverter as fortes perdas de mais cedo.

A Petrobras caiu após decisão do governo federal de mudar novamente o presidente da empresa. Alguns papéis ligados ao consumo doméstico também cederam depois de dado de inflação acima do esperado e alta dos juros futuros. Vale e bancos fizeram contraponto.

O Ibovespa subiu 0,21%, a 110.580,79 pontos, fechando próximo das máximas da sessão e engatando a quarta alta consecutiva. O volume financeiro foi de 29,1 bilhões de reais.

“O que acabou levando à melhora agora no final do dia foi a redução da queda da Petrobras”, diz Thomás Gibertoni, gestor de portfólio na Portofino Multi Family Office, citando também movimentos positivos de outros papéis de peso relevante no índice, como os de bancos.

“O mercado estava mais assustado no começo do dia e deu uma melhorada, mas lógico ainda com o pé atrás” sobre como vai ser na prática o novo comando da Petrobras, acrescenta ele.

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O Ibovespa chegou a cair quase 1,8% no pior momento do pregão, pressionado ainda pelo avanço acima do esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em maio, ainda que com desaceleração ante abril. Analistas destacaram dinâmica negativa dos núcleos – subindicadores que levam em consideração apenas alguns preços para traçar uma tendência inflacionária

Os principais índices em Wall Street também melhoraram no final da sessão, mas ainda assim fecharam sem direção comum: o Nasdaq diminuiu 2,4%, o S&P 500 caiu 0,8% e o Dow Jones subiu 0,2%.

O quadro de cautela com o cenário macroeconômico atual segue pesando sobre os ativos norte-americanos, enquanto um alerta de resultado da Snap contaminou ações de redes sociais e papéis de tecnologia, incluindo da Meta, proprietária do Facebook, e da Alphabet, dona do Google.

DESTAQUES

– PETROBRAS PN e ON cederam 2,9% cada, depois que o governo federal decidiu tirar José Mauro Ferreira Coelho do cargo de presidente da estatal, posição que ocupava há pouco mais de um mês, e indicou Caio Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, para substituí-lo. Analistas mostraram maiores preocupações de interferência governamental na empresa, apesar de alguns ressaltarem uma blindagem legal para a política de preços. O petróleo fechou próximo da estabilidade.

– VALE ON subiu 1,4%, após queda inicial que acompanhou recuo de 3,5% nos contratos futuros do minério de ferro em Dalian. Siderúrgicas fecharam em direções opostas.

– PETRORIO ON aumentou 3,9% e 3R PETROLEUM ON cresceu 3,4%, com os papéis das duas petrolíferas fechando entre as principais altas da sessão, em meio à queda forte da Petrobras.

– CVC BRASIL ON apontou decréscimo de 6,3%, AZUL PN exibiu baixa de 5,8%, GOL PN recuou 4% e EMBRAER ON cedeu 5,6%. A fabricante de aeronaves informou que não há previsão contratual para nova redução em encomenda de KC-390 pela Força Aérea Brasileira.

– AMERICANAS ON retraiu 4,9%, depois de três sessões de ganhos, em meio ao avanço dos principais contratos de juros futuros, o que costuma pressionar varejistas, e após IPCA-15 acima do esperado. Ainda assim, MAGAZINE LUIZA ON reverteu queda da manhã e avançou 0,3%. VIA ON fechou 0,7% no positivo.

– BRADESCO PN valorizou-se 2,1% e ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 1,5%.

– EQUATORIAL ON avançou 3,6%, ENERGISA UNIT mostrou elevação de 2,9% e CPFL ENERGIA ON teve alta de 2,5%, em sessão positiva para papéis de energia elétrica. A CPFL informou na véspera a entrada em operação de linhas de transmissão e de subestação em empreendimento no Ceará.


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