SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice da bolsa brasileira subiu nesta quinta-feira, em dia positivo em Wall Street, após dados econômicos fracos nos Estados Unidos corroborarem a leitura de que o banco central norte-americano não deve elevar os juros de modo mais agressivo.

O mercado também reagiu à queda nos juros futuros locais.

B3 e Rede D’Or foram as maiores contribuições para o índice. Cielo também disparou após o JPMorgan elevar recomendação para a ação. O setor de energia elétrica caiu em bloco.

O Ibovespa subiu 1,18%, a 111.889,88 pontos, no maior fechamento desde 20 de abril. O volume financeiro foi de 26,9 bilhões de reais.

A queda maior do que a esperada do PIB dos EUA no primeiro trimestre e índices do setor imobiliário e de trabalho também fracos animaram os mercados.

“O PIB dos EUA dá uma sensação no mercado de que talvez eles não subam tanto os juros”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, argumentando uma economia menos robusta evitaria que o banco central do país subisse as taxas mais rapidamente.

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Para ele, os dados corroboraram a visão do mercado, após a ata da última reunião de do Federal Reserve (Fed) apontar para prováveis elevações em 0,5 ponto percentual nos juros nas próximas reuniões, ante temores de ritmo acelerado.

Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa, afirmou que “qualquer dado que corrobore visão de que os EUA não vão ter que subir juros fortemente anima o mercado”, mas ponderou que “é muito difícil o Fed conseguir trazer a inflação para meta sem trazer os juros (reais) ao terreno restritivo”.

Os principais índices em Wall Street subiram entre 1,6% e 2,7%, diante de resultados positivos de varejistas.

Os analistas também citaram o impacto na B3 da queda dos principais contratos de juros locais, diante de fatores externos e da aprovação na Câmara dos Deputados de projeto que limita a alíquota do ICMS sobre alguns setores, o que deve ajudar na desaceleração da inflação.

O movimento nos juros beneficia especialmente empresas ligadas à economia doméstica.

DESTAQUES

– CIELO ON disparou 11,3%, maior alta desde fevereiro, após analistas do JPMorgan elevarem a recomendação do papel para “overweight”.

– MAGAZINE LUIZA ON saltou 9,7%, ganho mais intenso em cerca de um mês. O papel, que recua mais de 43% no ano, subiu em três das últimas quatro sessões.

– ENERGISA cedeu 2,9% e TAESA perdeu 2,8%, em dia negativo do setor de energia elétrica. ELETROBRAS PNB caiu 2,5% e ainda que em meio a notícias sobre sua capitalização. A estatal lançará sua oferta de ações para privatização na quinta-feira, publicou o Valor, citando fontes, com precificação prevista para 9 de junho.

– PETROBRAS PN subiu 0,3%, com preço do petróleo Brent mostrando incremento de 3%, para o maior patamar desde 25 de março, em meio a preocupações com a oferta. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que tem direito a trocar toda a diretoria da estatal e que as mudanças devem ser feitas em breve.

– VALE ON caiu 0,1%, após os futuros do minério de ferro em Dalian recuando 0,8% com indícios de desaceleração econômica na China. Siderúrgicas fecharam sem direção única.


– HAPVIDA aumentou 5,2%, SULAMÉRICA cresceu 5,4% e QUALICORP ON ganhou 2,7%. A ANS, autarquia que regula o setor de saúde suplementar, anunciou nesta tarde reajuste de até 15,5% para os planos de saúde, maior alta em mais de 20 anos, em linha com expectativa do mercado.

– ITAÚ UNIBANCO PN evoluiu 1,3%, mas BANCO DO BRASIL cedeu 0,3%, em dia misto para grandes bancos. Também no setor financeiro, B3 ON teve alta de 4,2%.

– MRV ON ganhou 6,4%, em sessão positiva para construtoras, após a ampliação dos subsídios do programa de financiamento de imóveis Casa Verde e Amarela. TENDA expandiu 6,6%, DIRECIONAL ON valorizou-se 7%, CURY ON apontou acréscimo de 5,5% e PLANO & PLANO ON exibiu alta de 7,2%.

(Por Andre Romani)

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