Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, após duas altas seguidas, com Bradesco entre as maiores pressões na esteira de resultado trimestral afetado pela área de seguros, assim como Petrobras, que era contaminada pela forte queda do petróleo antes da divulgação do balanço da companhia do segundo trimestre.

Às 11:01, o Ibovespa caía 1,13 %, a 122.182,78 pontos. O volume financeiro somava 5,2bilhões de reais.

A temporada de resultados ainda reserva para o final do dia os números de empresas como Braskem e Banco do Brasil. Também após o fechamento será conhecida a decisão de política monetária do Banco Central, com muitos no mercado esperando uma alta da Selic para 5,25% ao ano.

Pesquisa Reuters apontou que Copom elevará a taxa básica de juros em 1 ponto percentual nesta quarta-feira, acelerando o ritmo de aperto em relação à decisão anterior, no maior aumento de juros desde 2003, em uma tentativa de evitar que a inflação galopante deste ano se estenda para 2022.

“O foco estará no comunicado, com a sinalização do que esperar para o encontro de setembro. É provável que indique a possibilidade de uma nova alta da mesma magnitude”, afirmou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.

Investidores também continuam atentos ao noticiário de Brasília, em particular discussões com potencial efeito no quadro fiscal do país.

No exterior, Wall Street mostrava fraqueza, corroborando o sinal negativo no pregão brasileiro, com as preocupações em torno da desaceleração do crescimento econômico e os temores renovados com a Covid atingindo setores economicamente sensíveis, incluindo bancos.

DESTAQUES

– BRADESCO PN caía 3%, maior queda do Ibovespa, mesmo após crescimento de mais de 60% no lucro recorrente do segundo trimestre, com a área de seguros do banco afetada pela segunda onda de Covid-19. O presidente-executivo do banco disse que os sinistros de seguros relacionados à Covid-19 devem recuar até o final do ano. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN cedia 1,4%. BB ON caía 1,3%.

– PETROBRAS ON e PETROBRAS PN perdiam 2,45% e 1,9%, respectivamente, na esteira do forte declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent caía 2,4%. A companhia reporta resultado do segundo trimestre ainda nesta quarta-feira e a expectativa é de que mostre lucro de 0,82 dólar por ação, segundo a estimativa média dos analistas da Refinitiv, ante prejuízo de 0,39 dólar um ano antes.

– COSAN ON recuava 2,85%, após a Raízen, joint venture entre a empresa e a Shell precificar sua oferta inicial de ações a 7,40 reais por papel na terça-feira, no piso da faixa estimada, sem a colocação de lote adicional. A operação movimentou 6,9 bilhões de reais, no maior IPO do ano no Brasil.

– GERDAU PN rondava a estabilidade, mesmo após resultado recorde e acima do esperado no segundo trimestre, com Ebitda ajustado de 5,9 bilhões de reais e margem Ebitda ajustada de 30,8%. No setor de mineração e siderurgia, porém, o destaque era USIMINAS PNA, em alta de 3%. VALE ON cedia subia 0,1%.

– GOL PN recuava 0,6%, perdendo o fôlego após subir mais de 2% no começo do pregão, tendo de pano de fundo dados de tráfego de julho e acordo para comprar 28 Boeing 737 Max-8.

– NATURA&CO ON avançava 1,2%, na segunda sessão consecutiva de recuperação, após forte ajuste negativo recente, com queda em seis de sete pregões até a segunda-feira, quando acumulou declínio de 11,6%. Os papéis têm sofrido com perspectivas de números fracos na base trimestral no balanço do período de abril a junho.

– XP INC disparava 8,7% em Nova York, após anunciar na terça-feira um salto de 83% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre ante mesma etapa de 2020, para 1,034 bilhão de reais. O resultado operacional da XP medido pelo Ebitda ajustado cresceu 77% ano a ano, para 1,24 bilhão de reais.

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