A possibilidade de o processo de impeachment sofrer um revés espalhou temor e cautela no mercado brasileiro de ações nesta segunda-feira, 9, e a Bovespa chegou a cair 3,50% pela manhã, antes de fechar em baixa de 1,41%, aos 50.990,06 pontos. O motivo para o estresse foi a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de declarar nula a votação do impeachment na Casa. Depois do sobressalto inicial, ganharam crédito as análises de que a medida não prosperaria, o que reduziu o nervosismo.

A notícia inesperada fez disparar ordens de venda em toda a bolsa, mas principalmente nas ações de Petrobras e Vale, que chegaram a cair mais de 10%. Aos poucos, uma série de notícias e análises logo começaram a reduzir a instabilidade nos mercados em geral. Tiveram forte influência nos negócios as sinalizações de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tenderia a ignorar a decisão de Maranhão, mantendo o rito de impeachment no Senado, o que foi confirmado no período da tarde.

Antes da notícia da anulação, a Bovespa já vinha em trajetória de queda – em torno de 1% – determinada essencialmente pelo mau humor no cenário internacional. As exportações da China caíram 1,8% em abril, na comparação com igual mês de 2015, contra previsão de estabilidade. As importações recuaram 10,9%, ante expectativa de -4,0%. Já as importações de petróleo cresceram 7,6%, único dado positivo, por indicar aquecimento econômico.

Em reação aos números fracos da economia chinesa, o minério de ferro fechou em queda de 3,6% (a US$ 55,6 a tonelada seca), com reflexos diretos sobre as ações de mineração, siderurgia e metalurgia. Os preços do petróleo também passaram a cair, com notícias mais otimistas em relação ao controle do incêndio que afeta a produção do Canadá. Ao final do pregão, Vale ON teve queda de 9,77% (a R$ 15,23), enquanto Vale PNA recuou 8,65% (a R$ 12,35). Com queda de 10,05%, CSN ON foi a maior queda do Ibovespa. Os papéis da Petrobras terminaram o dia em queda de 6,65% (ON) e 5,95% (PN).