A possibilidade de que os Estados Unidos promovam um aumento de juros já no mês de junho manteve os investidores em alerta nesta quinta-feira, 19. O resultado foi uma queda de 0,85% na Bovespa (aos 50.132,53 pontos), a terceira consecutiva. A sinalização feita ontem pelo Federal Reserve, o BC norte-americano, de que poderá elevar os juros locais no curto prazo foi reforçada hoje pelo discurso do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, e pela queda no número de pedidos de auxílio-desemprego no país.

Dudley, que vota nas reuniões de política monetária do Fed, afirmou hoje que a instituição pode elevar os juros em meados deste ano. “Se estou convencido de que minha previsão está nos trilhos, então penso que um aperto neste verão, no intervalo entre junho e julho, é uma expectativa razoável”, afirmou. Além disso, o número de pedidos de auxílio-desemprego caíram 16 mil na última semana, num novo sinal de fortalecimento da economia americana.

No mercado de ações, o receio é de uma migração de recursos da renda variável para a renda fixa americana, a partir da elevação das taxas de juros locais, que torna esses investimentos mais competitivos. “Além da questão do fluxo de recursos, uma alta de juros nos EUA tende a elevar um pouco o custo de captação das empresas, tanto daquelas que já emitiram como para emissões novas. Isso também pesa para a bolsa”, disse Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital.

As ações da Petrobras estão entre as mais sensíveis ao aperto monetário nos EUA. Em um dia em que os preços do petróleo fecharam perto da estabilidade, Petrobras ON fechou em queda de 4,16% e Petrobras PN recuou 3,86%. As ações da Vale oscilaram ao sabor da variação dos índices de metais e das ações de outras mineradoras pelo mundo. No mercado chinês, o minério de ferro teve queda de 0,4%. Ao final do dia, as ações da companhia fecharam com sinais mistos, com Vale ON em alta de 1,22% e Vale PNA em baixa de 1,00%.