O Ibovespa navegou na contramão do desempenho visto nos mercados de câmbio e juros locais, onde o sentimento de cautela foi notado com mais intensidade. Seja por espelhar o bom humor das praças parelhas dos Estados Unidos ou mesmo pela força dos papéis de empresas exportadoras, que se beneficiam com a alta do dólar frente ao real, fato é que o principal índice de ações do Brasil defendeu o patamar dos 76 mil pontos na sessão desta segunda-feira, 20. Fechou em alta de 0,39%, aos 76.327,89 pontos. O giro financeiro, de R$ 17,8 bilhões, foi consequência do vencimento de opções por ações.

“Se olharmos para o DI e para o dólar conseguimos entender que deve ser um movimento mais local que global de aumento de aversão a risco. Mas há, na Bolsa, uma força compradora, apesar de ninguém estar tomando grandes posições”, diz Marco Saravalle, estrategista da XP Investimentos.

O profissional defende que a safra de balanços mostrou que há bons fundamentos das empresas listadas. Pelos seus cálculos, em uma média ajustada (desconsiderando Petrobras e Vale), houve crescimento de 22% dos lucros das companhias. “Apesar dos fundamentos, as incertezas são muitas.”

A cena eleitoral tem sido a guia dos humores do índice. Mas hoje a reação do Ibovespa à pesquisa do Instituto MDA sobre a intenção de voto para a Presidência foi limitada pelo exercício de opções sobre ações. De acordo com a B3, o vencimento movimentou R$ 7,969 bilhões, sendo R$ 2,693 bilhões de compra e R$ 5,275 bilhões de venda. As opções mais movimentadas foram Vale, Petrobras, Itaú e Ambev. O valor foi superior aos R$ 3,998 bilhões registrados no último exercício.

Momentos antes da divulgação da pesquisa, às 11 horas, o índice já havia perdido o nível dos 76 mil pontos e operava em queda de 0,24%. Menos de uma hora depois, o índice já rondava a estabilidade para, no início da tarde, entrar em trajetória de alta.

Os resultados da sondagem preocupam os agentes de mercado, uma vez que o candidato tucano, Geraldo Alckmin, não decola. A MDA mostrou que ele aparece com 4,9% das intenções de voto, atrás de Marina Silva (5,6%), do deputado Jair Bolsonaro (18,3%) e do líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula a Silva (37,3%).

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