Após uma sessão em que mostrou instabilidade entre os terrenos negativo e positivo, o Ibovespa ganhou tração no meio da etapa vespertina dos negócios e conseguiu defender o suporte dos 119 mil pontos. O movimento espelhou o bom humor externo onde os investidores ouviram, uma vez mais, discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) amenizando influência negativa sobre a inflação e a continuidade de estímulos para a economia americana.

O Ibovespa encerrou em alta de 0,27%, a 119.209,48 pontos, depois de transitar entre os 118.527,51, na mínima, e 119.903,87, na máxima do dia.

Os ganhos acabaram sendo limitados por a cautela ainda dominar os ânimos dos investidores em relação aos problemas domésticos em uma semana na qual a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid começa as oitivas, o prosseguimento lento do ritmo de vacinação e, por consequência, a dificuldade para a retomada da economia.

“Esses problemas permeiam as decisões de investimentos aliados ao fato de que o ministro da Economia Paulo Guedes ter perdido muita força no governo após o presidente Jair Bolsonaro ter se aliado aos partidos de centro”, ressaltou Luiz Roberto Monteiro, especialista em renda variável da Renascença, elencando também não ser vista como positiva a proposição de fatiar a Reforma Tributária apontada no domingo pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Monteiro nota que a Vale e Petrobras foram as fiéis da balança na sessão, por seus pesos significativos no índice. Segundo Monteiro, muito embora com as companhias pares subindo forte no exterior, assim como os contratos futuros de petróleo em alta, as ações das duas empresas refletiam dúvidas sobre questões domésticas e corporativas. “No meio da tarde, o índice de metais estava com alta de 5,6% nos EUA, com os pares de Vale de siderúrgica e mineração avançando, mas aqui não anda”, diz ele.

As ações ordinárias da mineradora encerraram o dia em queda de 0,51%%, a R$ 108,46 e da petroleira com recuo de 0,39%, a R$ 23,01.

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No exterior, o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams afirmou não estar preocupado com a possibilidade de que a agenda de estímulos à economia do governo Joe Biden provoque uma alta na inflação dos Estados Unidos que leve a desequilíbrios severos e de longo prazo.

Já o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, demonstrou otimismo sobre a perspectiva econômica americana, mas alertou que o país ainda não está “fora de perigo”, diante da pandemia da covid-19 e de seus impactos.


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