O mercado acionário brasileiro operou ao sabor de referências diversas nesta quarta-feira, 14, e, apesar das quedas das bolsas de Nova York, encontrou fôlego para superar com folga as perdas da véspera. O Índice Bovespa terminou o dia aos 85.973,06 pontos, na máxima do dia, com ganho de 1,25%. Os negócios somaram R$ 16,6 bilhões. Ao longo do dia, o índice alternou altas e baixas moderadas. A puxada mais forte ocorreu já no período de ajustes de fechamento.

Ao longo de todo o dia, as oscilações do índice foram resultado de comportamentos distintos entre setores negociados na bolsa. De um lado, os papéis de mineração e siderurgia tiveram desempenho majoritariamente negativo. De outro, as ações da Petrobras fizeram importante contraponto e foram destaque de alta, ao lado dos setores de varejo, consumo e imobiliário. No caso das varejistas, analistas voltaram a mencionar expectativa mais otimista para o setor, diante de resultados recentes e da percepção de melhora da economia em 2019. Os bancos, por sua vez, tiveram volatilidade ao longo do dia e terminaram o dia em alta.

O noticiário político ofereceu poucas novidades com potencial para influenciar os negócios. A principal delas foi a decisão do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), de pautar com urgência a proposta de revisão do acordo da cessão onerosa na próxima terça-feira (20). A notícia deu fôlego extra às ações da Petrobras, que já perdiam forças diante do enfraquecimento dos preços do petróleo nas bolsas de Nova York e Londres. Após terem registrado quedas superiores a 7% na terça-feira, hoje os contratos futuros de petróleo chegaram a subir mais de 3% pela manhã, mas perderam boa parte da sustentação à tarde. Petrobras PN e ON terminaram o dia com altas de 3,55% e 1,84%.

Para Pedro Guilherme Lima, analista da Ativa Investimentos, o mercado se mostra otimista com setores específicos, o que leva algumas ações a anteciparem um aquecimento da economia. “É o caso das ações do setor de shopping centers, que hoje tiveram desempenho positivo, ao lado de Petrobras”, diz. Por outro lado, afirma o analista, o investidor acompanha atentamente as questões cruciais, como a posição da equipe econômica em relação à reforma da Previdência.

Um dia após Eunício Oliveira ter sinalizado brechas para votar o projeto de reforma ainda este ano, o ministro extraordinário da Transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), reafirmou que pretende trabalhar com uma nova proposta a partir do ano que vem. “Sempre disse que o governo Bolsonaro começa em 1º de janeiro. De minha parte, nunca houve cogitação de dar qualquer possibilidade de análise a atual proposta de reforma. Sempre a achamos insuficiente, um remendo temporal”, disse o ministro.

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