Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, com Itaú Unibanco entre os principais suportes antes do resultado trimestral, embora o fôlego na bolsa paulista tenha arrefecido, em meio à piora das ações da Petrobras e ao enfraquecimento de Wall St.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,59%, a 122.515,74 pontos, após ter alcançado 124.536,25 pontos na máxima da sessão, alta de 2,25%. O volume financeiro somou 30,9 bilhões de reais.

Tal desempenho ocorreu após o Ibovespa fechar a sexta-feira em queda de 3%, selando o primeiro mês negativo em cinco, com preocupações com a inflação e a cena política.

Na visão do sócio da Rio Gestão de Recursos André Querne, o pregão teve um dia de recuperação após forte realização de lucros experimentada na sexta-feira, quando, entre outros fatores, pesaram ruídos relativos à questão fiscal brasileira.

Ao mesmo tempo, acrescentou, há uma aceleração da reabertura econômica no país, com forte potencial de crescimento de lucros para as empresas brasileiras neste segundo semestre do ano, o que tende a ser bem positivo para a bolsa local.

“Números positivos advindos dos balanços que estão sendo divulgados pelas companhias brasileiras atualmente geram um cenário construtivo para a nossa bolsa a partir de agosto.”

A primeira semana do mês reserva uma agenda relevante de resultados no Brasil, incluindo os números de Itaú Unibanco, Bradesco, Petrobras, Braskem , Gerdau , Banco do Brasil, e muitos outros.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 0,18% após se aproximar de sua máxima histórica.

Apesar da debilidade em Nova York nesta sessão, Querne avalia que o cenário externo parece bastante favorável, dada a percepção cada vez maior de que a retirada dos estímulos pelo Federal Reserve ocorrerá com cautela.

A B3 também divulgou nesta segunda-feira a primeira prévia do Ibovespa que irá vigorar de 6 de setembro a 31 de dezembro, marcando a entrada dos papéis da Alpargatas, Banco Inter, Banco Pan, Méliuz e Rede D’Or, totalizando 89 ativos de 85 empresas.

DESTAQUES

– ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,61% antes da divulgação do balanço de segundo trimestre, previsto para após o fechamento do mercado nesta segunda-feira. Na máxima do dia, chegou a subir 4%. BRADESCO PN, que reporta números na terça-feira, subiu 0,62%. BANCO DO BRASIL ON, que também tem resultado na semana, fechou em alta de 1,36%.

– B3 ON registrou elevação de 2,43%, em dia de recuperação, endossada por relatório do Credit Suisse reiterando recomendação “outperform” para as ações, que têm sofrido recentemente com um mix de receio com competição e fluxo vendedor de estrangeiro. Na sexta-feira, as ações caíram 3,5%.

– VALE ON subiu 0,16%, após um tombo de quase 6% na última sexta-feira, acompanhando o clima de recuperação na bolsa paulista. Mas fecharam distante da máxima da sessão, quando chegaram a subir 2,4%, a 111,37 reais, em dia de queda dos preços do minério de ferro na China.

– PETROBRAS PN caiu 1,86%, sucumbindo ao forte declínio dos preços do petróleo no mercado externo, onde o Brent fechou em baixa de 3,34%, a 72,89 reais. A companhia reporta balanço do segundo trimestre na quarta-feira, após o fechamento da bolsa.

– BB SEGURIDADE ON recuou 1,73% após reportar lucro líquido ajustado de 753,7 milhões de reais no segundo trimestre, queda de 23,2% frente ao mesmo período de 2020, afetado pelo agravamento da crise sanitária e alta do IGP-M. A companhia também revisou projeções para o ano.

– TOTVS ON valorizou-se 4,55%, encerrando quatro pregões seguidos de declínio, período em que acumulou baixa de 6,65%. A empresa divulga balanço na quarta-feira, após o fechamento do mercado.

– APARGATAS PN, que não está no Ibovespa, disparou 16,65%, a 60,03 reais, renovando máximas históricas, após resultado trimestral, que mostrou lucro líquido recorrente de 111,4 milhões de reais, mais do que o triplo ano a ano, com expansão na receita líquida e nos volumes.

– TERRA SANTA AGRO saltou 13,04% e SLC AGRÍCOLA ON subiu 1,67%, após anunciarem conclusão da combinação dos negócios das empresas, o que formará uma gigante de produção agrícola no Brasil.

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